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A Caixa de Pandora

Outro dia rebuscava alguns livros antigos, quando me deparei com um Dicionário de Mitologia Grega e Romana (Georges Hacquard). Comecei a folheá-lo e sem mais por que detive-me na parte que fala sobre a Caixa de Pandora. Esse elemento da mitologia grega (na verdade era um jarro), que foi dado a Pandora por Zeus, para contrabalançar as coisas entre a humanidade e o Olimpo.

Está escrito que Zeus criou Pandora com todas as belezas e qualidades, para que ela seduzisse os homens, mas a ela foi dado um defeito, a curiosidade. Então o deus do Olimpo colocou na “caixa” todos os males do mundo e deu a Pandora, pois sabia que, em razão da sua curiosidade, cedo ou tarde, abriria a caixa e espalharia todos os males pelo mundo, castigando a humanidade pelo fogo que havia recebido de Prometeu, contra a sua vontade.

E assim aconteceu. Certo dia Pandora abriu a caixa, por breve momento, e dela escaparam todos os males: a doença, a guerra, a velhice, a mentira, os roubos, o ódio, o ciúme… Assustada Pandora fechou a caixa, mas já era tarde, os males tinham saído da caixa para castigarem os homens, como fora premeditado por Zeus. No entanto, no fundo da caixa, ficou uma coisa muito pequena que, dada a sua timidez, não tinha conseguido escapar: a esperança. A esperança tinha ficado na caixa e não foi vítima da curiosidade de Pandora. Talvez por isso que se diz que “a esperança é a última coisa que morre”. Há de se pensar que a esperança guardada no fundo dos nossos corações é quem tem buscado expulsar os males do mundo, combatendo-os, para alimentar sempre a harmonia dos povos. Observe-se que a esperança foi considerada um mal, de certo o mais terrível de todos, porque sempre alimentou nos homens a ideia de um mundo que não existe. Por isso Albert Camus escreveu que “da caixa de Pandora, na qual fervilhavam os males da humanidade, os gregos fizeram sair a esperança em último lugar, por considerá-la o mais terrível de todos. Não conheço símbolo algum mais emocionante do que este”. Concordo plenamente com Camus.

E é esse mal terrível e tão emocionante, chamado esperança, que constitui oportunidade de salvação da humanidade. Porque as coisas boas guardam-se no fundo do coração, essa caixa que as vezes encerra tanta maldade, mas que é de lá que buscamos as armas para combater os males da vida, que são libertados por inconsequentes desejos. É por isso que nos agarramos tanto à esperança.

Ednamai Nóbrega – Analista de Sistemas


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