Alcolumbre: A Expressão de um Sistema Institucional Viciado

O Vício Institucional em Evidência

A figura de Davi Alcolumbre como presidente do Senado tem sido alvo de críticas, não como um indivíduo isolado, mas como um sintoma de um processo institucional viciado. Conforme aponta uma análise recente, a normalização de práticas como o “beija-mão” de indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos gabinetes de senadores revela um ambiente institucional em que tudo está errado.

Sabatinas Farsantes e o Jogo de Poder

A cultura do “beija-mão”, onde candidatos ao STF buscam favores de senadores, é descrita como um vício que culmina em sabatinas que mais se assemelhama a um teatro. Essa prática, longe de ser um ato isolado de Alcolumbre, é vista como uma consequência de um sistema onde ninguém comercia sozinho. A crítica ressalta que “não há um único Poder se comportando dentro da liturgia republicana mínima”, um problema que se estende desde a indicação de ministros para compor a corte, vista como uma “terceira casa parlamentar”.

A Perversão Estimulada pela Lógica do Poder

A lógica de transformar o STF em um tribunal com viés legislativo, onde o governo busca formar maiorias para superar reveses no Congresso, acaba por justificar atividades pervertidas. Alcolumbre, nesse contexto, atuaria mais como um “tesoureiro de emendas parlamentares” do que como um fiscal da constitucionalidade. A própria conduta de ministros do STF, que demonstram ter candidatos e trabalham politicamente por seus preferidos, abre margem para que agentes políticos como o presidente do Senado tentem interferir em prerrogativas do Executivo para emplacar seus indicados.

O Silêncio que Diz Muito

O caso da nota do ministro Dino sobre a indicação de Jorge Messias ao STF, explicando seu “silêncio” como uma “prudente distância de um assunto politicamente controverso”, é citado como mais um exemplo do vício que permeia as instituições. A declaração sugere que o silêncio se deu pela controvérsia política, indicando que, em um cenário incontroversa, a manifestação seria esperada, possivelmente em apoio ao indicado. Essa dinâmica reflete o momento de degradação da separação entre os Poderes, onde a busca por vantagens políticas sobrepõe-se à liturgia republicana mínima.


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