Após pedido de Ibaneis, fórum de governadores se reunirá com Alckmin

Após apelo do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), foi marcada para esta quarta-feira (30/7) uma reunião extraordinária do Fórum Nacional de Governadores, em Brasília, para tratar de como lidar com a iminência do início do tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos às exportações brasileiras.

Ibaneis já havia se reunido com Alckmin na segunda (28/7) e pedido que a reunião de emergência ocorresse antes do dia 1º de agosto, quando efetivamente começam a valer as tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil. São esperados para a reunião, que será no Palácio do Planalto, representantes dos 26 estados e do DF.


Entenda o tarifaço de Trump:

  • Donald Trump, presidente dos EUA, anunciou no dia 9 de julho que taxaria os produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto.
  • Trump reclamou do que considera “ataques insidiosos” contra eleições livres no Brasil e criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de inquérito no STF por suposta tentativa de golpe de Estado.
  • Trump tem adotado tarifas a diversos países como meio de pressionar por novos acordos comerciais. No caso do Brasil, o motivo ideológico se destaca.
  • Lula tem dito que responderá via Lei de Reciprocidade e se recusa a aceitar qualquer interferência estrangeira no funcionamento do Estado brasileiro, e tem repetido que o Poder Judiciário é independente do Executivo.
  • O governo brasileiro tem reclamado que não há interlocutores para negociar qualquer saída para o tarifaço.
  • Lideranças da direita, como Eduardo e Jair Bolsonaro, têm condicionado o fim do tarifaço a algumas pautas, como anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e fim do inquérito sobre o suposto golpe de Estado.

Coordenador desse fórum, o chefe do Executivo do DF destacou a importância de unir a classe política diante do tarifaço: “Todos os governadores têm demonstrado uma certa preocupação por conta do tarifaço e nós estaremos com o vice-presidente da República, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para que a gente possa levar a nossa colaboração neste impasse que vai prejudicar a vida de muitas pessoas e especialmente aqueles que exportam para os Estados Unidos”, afirmou Ibaneis.

União federativa

No encontro, os governadores devem propor que seja formada uma comitiva de governadores para acompanhar Alckmin nas tratativas diplomáticas com os Estados Unidos. O vice-presidente foi escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para liderar essa negociação, que tem se mostrado difícil.

Apesar de Trump ter justificado o tarifaço imposto ao Brasil com críticas ao cerco judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a classe política tem buscado resolver os impasses com argumentos econômicos. O Brasil argumenta que tem déficit no comércio bilateral com os EUA, ao contrário de outros países alvos de tarifaços, e que as medidas encarecem produtos como suco de laranja, café e carnes no mercado norte-americano.

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Ibaneis no Planalto

Cadu Gomes/VPR

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Geraldo Alckimin fala sobre como reverter tarifas impostas pelos EUA

Samuel Reis/Metrópoles

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O vice-presidente Geraldo Alckmin participou de uma reunião com a Amcham, Câmara de Comércio Americana

Samuel ReisqMetrópoles

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

Andrew Harnik/Getty Images

Possível ligação de Lula para Trump

Mais cedo nesta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo tenta preparar uma ligação entre os presidentes Lula e Trump “sem viralatismo”.

O titular da Fazenda avaliou que os canais de diálogo estão abertos, mas que é necessária preparação prévia para uma conversa entre os dois chefes de Estado.

“É papel nosso, dos ministros, azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja a mais edificante possível. Não seja uma coisa como aconteceu — vocês presenciaram várias conversas que não foram conversas respeitosas. Tem que ter uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação, não haja um sentimento de viralatismo, de subordinação. Preparar isso é respeito ao povo brasileiro, à soberania do povo”, disse o ministro, ao atender jornalistas quando chegou à sede da pasta federal.

[Metrópoles]

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