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Ato de Bolsonaro na Paulista amplia escopo para aproveitar desgaste de Lula, mas há temor de esvaziamento

[Editada por: Marcelo Negreiros]

A manifestação bolsonarista marcada para este domingo, 29, em São Paulo, ocorre sob esforço direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados para manter a militância mobilizada nas ruas no momento em que o ação do golpe avança e se aproxima de uma possível condenação do ex-presidente.

Nos bastidores, porém, o clima é de apreensão, e organizadores demonstram receio de que o ato não ganhe corpo. A convocação feita em cima da hora, o período de férias escolares e o frio previsto na capital paulista são apontados como fatores que podem limitar a presença de apoiadores na Avenida Paulista.

Ex-presidente Jair Bolsonaro vai estar presente em novo ato na Avenida Paulista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Com o mote “Justiça Já” – mais genérico do que o de protestos anteriores -, nem mesmo os organizadores chegaram a um consenso sobre qual será o foco principal da manifestação.

O pastor Silas Malafaia, um dos principais articuladores do ato, afirma que cada orador falará de um tema distinto. “Cada um terá espaço para falar a bandeira que quiser”, diz. Já outro organizador, ouvido reservadamente, diz que o objetivo central é evitar que o PL da anistia perca fôlego – apesar do ceticismo crescente dentro do próprio bolsonarismo sobre as chances de avanço da pauta no Congresso.

Bolsonaristas admitem que a anistia para os condenados no 8 de janeiro já não era um tema de grande apelo popular, mas perdeu ainda mais força com a crise do INSS e as derrotas do governo no Congresso – a mais recente derrubou a proposta de aumento do IOF. Por isso, a necessidade de reforçar que há presos em razão do episódio.

Ao mesmo tempo, a estratégia dos organizadores é ampliar o escopo do protesto e capitalizar o desgaste do governo Lula, explorando a insatisfação crescente da população captada nas últimas pesquisas. A expectativa é atrair segmentos para além da claque bolsonarista, incorporando pautas econômicas e sociais ao discurso. “Justiça sobre os que foram roubados no INSS, justiça para aqueles que pagam mais impostos com esse governo e pelos alimentos caros”, afirma Malafaia.

Enquanto isso, ??no entorno de Bolsonaro, prevalece a cautela sobre o tom que será adotado contra o ministro Alexandre de Moraes. Aliados do ex-presidente evitam antecipar se ele atacará diretamente o magistrado no ato de domingo. A aposta é que as críticas mais duras fiquem a cargo do Malafaia, que até agora não virou alvo do ministro. A avaliação no grupo é que Bolsonaro está fragilizado e tem buscado reconstruir pontes com o Supremo – o que passa por baixar o tom contra Moraes.

Malafaia, por sua vez, já sinalizou que manterá a retórica combativa. Quanto à condução da ação penal que julga Bolsonaro e aliados, o pastor voltou a prometer que usará o ato para “denunciar” o que considera arbitrariedades cometidas por Moraes. “Tudo que eu digo são coisas que Moraes fez ao não respeitar o que está na Constituição, e continuarei fazendo no domingo”, completa.

[Por: Estadão Conteúdo]

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