Auditor da CGU atribui massacres em escolas a orixá: “Ama matar”

O auditor da Controladoria-Geral da União (CGU), Claudemiro Soares Ferreira, está sendo investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal por causa de um vídeo em que ele aparece culpando um orixá pela recente onda de ataques e ameaças a escolas no país. Vestido como um pai de santo, ele responsabilizou Ogum pelas violências cometidas contra crianças e adolescentes.

Líderes de terreiros de umbanda e candomblé registraram um boletim de ocorrência denunciando o homem por discriminação religiosa. Em vídeo, Claudemiro faz afirmações de que Ogum “gosta de matar” e de que “se banha com sangue”.

“Eu tenho uma neta que chorou de medo de ir para as escolas por causa das ameaças. Nós somos pais e avós e sabemos o pânico que vivemos com nossas crianças. Dizer que é responsabilidade de Ogum é uma forma de desumanizar a nossa religião e a nós”, disse Adna Santos, uma das maiores lideranças do candomblé no Distrito Federal.

Ao Metrópoles, Claudemiro negou que se trata de roupa de pai de santo e afirmou que a roupa que usa é mulçumana. Nos vídeos, Claudemiro ainda chama o orixá de “desgraça” e descontextualiza a história da entidade africana, misturando uma passagem bíblica, do livro do Êxodo do antigo testamento.

Representantes do candomblé e da umbanda escreveram uma carta repudiando a conduta de Claudemiro e acusando as acusações de racismo religioso, o que é considerado crime pela Lei Federal n° 7.716/89.

Em 2016, Claudemiro lançou um curso com o objetivo de “curar” a orientação sexual de pessoas, com o que chamou de “curso cura gay”. Na época, ele foi desmentido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Nos últimos anos, o Brasil tem visto um aumento nos casos de intolerância religiosa, especialmente contra as religiões de matrizes africanas.


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