A bancada do PSol já foi avisada que Guilherme Boulos (PSol-SP) em breve atravessará a Praça dos Três Poderes, deixando a Câmara para se tornar ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Com isso, integrantes da sigla já pensam em alternativas de candidaturas em São Paulo, visando manter o espólio eleitoral do deputado mais votado do estado no ano passado.
A nomeação de Boulos como ministro ainda não foi anunciada oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas é um objeto de desejo antigo do petista. O mandatário, segundo interlocutores, está insatisfeito com a condução do atual ministro, Márcio Macêdo, e quer dar um novo gás na pasta central para a articulação entre a política do Planalto e movimentos sociais.
Apesar da insatisfação com Macêdo, Lula tem uma espécie de gratidão intrínseca ao atual ministro palaciano. Em 2022, ele foi escolhido como tesoureiro da campanha à Presidência, e aceitou, a despeito da “maldição” que colegas apontavam perseguir o cargo.
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Boulos é aliado de Lula
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Guilherme Boulos pode ser nomeado após a eleição do PT
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Lula é cabo eleitoral de Boulos
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O presidente Lula e o ministro Márcio Macêdo
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Presidente Lula e ministro Márcio Macêdo
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Márcio Macedo será tesoureiro da campanha de Lula
PT/Divulgação
Alguns de seus antecessores, como Delúbio Soares e João Vaccari Neto, foram presos, enquanto outros enfrentaram processos na Justiça. Três anos após a eleição do petista, a prestação de contas gerida pelo atual ministro segue livre de ofensivas da judiciais.
Interlocutores do PT apontam que Lula deve procurar um cargo para não deixar o aliado “na chuva”. O jargão é usado na política para designar o período em que políticos ficam sem posto algum até conseguirem se reabilitar, seja através das urnas ou através de aliados.
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Em evento no Palácio do Planalto na última sexta-feira (26/9), ao lado de Lula, Macêdo reclamou. Ele disse que “momentos como este fazem valer a pena estar na gestão, enfrentando agruras e cercos políticos, para entregar o que o povo precisa”.
Boulos, por enquanto, tem colocado panos quentes na situação. Quem o aborda perguntando sobre o futuro ouve que ainda não houve convite do presidente Lula e que seguirá tocando seu mandato até segunda ordem.
Como uma das condições impostas para o convite à Esplanada é o compromisso de permanência de Boulos no cargo para 2026 em diante, o PSol procura alternativas de candidatura em São Paulo. A principal aposta do para segurar o espólio do parlamentar é a deputada Erika Hilton, que ganhou protagonismo na Câmara com a PEC 6 x 1.
[Metrópoles]
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