google.com, pub-4606529578615391, DIRECT, f08c47fec0942fa0

Bandidos invadem Guarapuava (PR), atacam polícia e moradores relatam noite de terror

Vídeos publicados nas redes sociais mostram barulhos de tiros e veículos incendiados; alvo era empresa de transporte de valores, mas PM diz que grupo não conseguiu executar o roubo

José Maria Tomazela e Isabela Moya, especial para o Estadão

Uma quadrilha com cerca de 30 integrantes fortemente armados invadiu o município de Guarapuava, no interior do Paraná, fez reféns e trocou tiros com a Polícia Militar, durante ataque a uma empresa de valores, entre a noite de domingo, 17, e a madrugada desta segunda-feira, 18,. Três pessoas, entre elas dois policiais militares, ficaram feridas. Os criminosos incendiaram veículos para bloquear acessos e atacaram o Batalhão da PM. Os reféns foram obrigados a formar um cordão humano em frente à empresa de valores.

A ação começou por volta de 23 horas e terminou no início da madrugada. A cidade, de 183 mil habitantes, foi acordada por tiros e rajadas de fuzil. . Nas redes sociais, moradores relatam uma “noite de terror” com barulho de tiros, incêndio em veículos e reféns. Vídeos publicados nas redes sociais mostram veículos incendiados nas ruas da cidade.

Os criminosos invadiram a região central em ao menos sete carros blindados e se dividiram. Enquanto um grupo atacava a Proforte, empresa de transporte de valores, outro atirava contra o batalhão. Dois veículos foram incendiados em frente à unidade para dificultar a saída dos policiais. Outros dois veículos foram queimados na rodovia BR-277, que dá acesso à cidade, segundo o Corpo de Bombeiros.

Moradores que estavam nas ruas foram tomados como reféns. Um grupo deles foi obrigado a formar um cordão humano para coibir a ação da polícia. Além dos dois policiais feridos, um morador foi atingido por um tiro no braço. Ele foi atendido em uma unidade de saúde municipal. Moradores relataram que os bandidos atiraram contra postes e transformadores de energia para deixar a cidade às escuras.

Conforme o comandante do 16º Batalhão, coronel Joas Marcos Carneiro Lins, a ação durou cerca de três horas e o alvo era a empresa Proforte, que não chegou a ser roubada. Segundo ele, os criminosos fugiram sem conseguir executar o assalto que tinham planejado. “Já tínhamos um plano de contingência, devido aos fatos que estavam ocorrendo em várias regiões do Estado. Assim que o ataque foi iniciado, conseguimos bloquear os acessos para as rodovias e eles fugiram para a área rural, onde ainda estão sendo procurados”, disse.

 O coronel afirma que houve dois confrontos com os criminosos em fuga e alguns deles podem ter sido feridos. Às 8h45, o cerco aos assaltantes continuava nas áreas rurais, com apoio da PM de cidades vizinhas. Viaturas do Exército também circulavam pela região, mas não havia informações sobre a prisão de suspeitos.

O episódio tem sido comparado ao mega-assalto a um banco de Criciúma, em Santa Catarina, quando cerca de 30 homens com fuzis bloquearam as ruas da cidade, fizeram reféns, incendiaram veículos e roubaram R$ 125 milhões. Esse crime ocorreu em novembro de 2020. Já em agosto do ano passado, um ataque a bancos em Araçatuba, no interior paulista, teve reféns amarrados em carros – usados pelos bandidos como “escudos humanos”. A ação terminou com três mortos.  

A ação de quadrilhas especializadas em grandes assaltos é conhecida nos meios policiais como “novo cangaço”. O termo faz referência aos bandos itinerantes que atacavam quartéis e roubavam instituições financeiras em pequenas cidades do sertão nordestino, entre os séculos 19 e 20.


Descubra mais sobre

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Comente a matéria:

Rolar para cima