Benz diz que modelo brasileiro de censura está se espalhando

[Editado por: Marcelo Negreiros]

O ex-integrante do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Michael Benz, afirmou que o modelo brasileiro de controle sobre redes sociais está se espalhando pela América Latina. Segundo ele, essa expansão só será contida se os EUA adotarem medidas concretas.

“O modelo brasileiro de censura nas redes sociais, com controle total do governo sobre o discurso, está se espalhando pela América Latina”, escreveu Benz em sua conta no X. “E continuará a se espalhar, a menos que a Casa Branca imponha contrapesos econômicos e de segurança aos governos que tentarem isso.”

A declaração ocorreu depois da realização da cúpula “Democracia para Sempre”, em Santiago, no Chile. O evento reuniu líderes da região com o objetivo de debater o suposto combate à desinformação e defender a regulação estatal do ambiente digital.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou do evento. Além dele, compareceram os presidentes Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Luis Lacalle Pou (Uruguai) e Pedro Sánchez (Espanha), além de grupos ativistas e centros de estudos.

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Ao fim do encontro, os líderes assinaram um documento em defesa da “justiça social”, do “multilateralismo” e da criação de mecanismos para enfrentar as “causas estruturais” que, segundo eles, enfraquecem as instituições democráticas. O foco principal foi a proposta de fortalecer a regulação global do discurso digital.

Discurso de Lula defende, na prática, a censura das redes

Durante o evento, o presidente Lula afirmou que os riscos à democracia vêm das redes sociais, e não mais da força militar. “Os inimigos da democracia não recorrem mais à diplomacia dos tanques e dos canhões”, declarou. “Eles controlam algoritmos, semeiam ódio e espalham o medo.”

Lula na cúpula 'Democracia para Sempre', no ChileLula na cúpula 'Democracia para Sempre', no Chile
Lula na cúpula ‘Democracia para Sempre’, no Chile | Foto: Reprodução/ Reclaimthenet

Lula defendeu que crimes cometidos no mundo real também sejam punidos no ambiente digital. “As redes digitais não são uma terra sem lei onde se pode atacar a democracia impunemente”, afirmou. Para ele, a regulação das plataformas é essencial para preservar os valores democráticos.

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Apesar do discurso em defesa da democracia, a proposta de regulação se baseia em definições amplas de desinformação e de discurso de ódio, com foco no controle do conteúdo circulado online. Na prática, os líderes defenderam limitar a liberdade de expressão em nome da proteção institucional.

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