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Bolsonaro admite discutir GLO e estado de sítio após eleições, mas nega plano de golpe ao STF

Em interrogatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter participado de reuniões para discutir a possibilidade de decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e até mesmo estado de sítio após as eleições de 2022. Segundo Bolsonaro, no entanto, essas tratativas ocorreram “dentro da Constituição” e não configuram um plano de golpe de Estado.

As declarações foram dadas nesta terça-feira (10), durante o processo que investiga uma possível tentativa de golpe após as eleições de 2022. O ex-presidente alegou que as reuniões foram motivadas pela tensão nas rodovias, bloqueadas por caminhoneiros, e pelas manifestações em frente a quartéis militares contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante o depoimento, Bolsonaro confirmou uma reunião realizada em 7 de dezembro de 2022 com comandantes das Forças Armadas, no Palácio da Alvorada. Nessa ocasião, teria sido apresentada a chamada “minuta do golpe”, documento que sugeria medidas excepcionais como a decretação do estado de sítio. Ele disse, no entanto, que o plano “nasceu sem força” e foi descartado.

O ex-presidente também negou envolvimento com o suposto “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que teria como objetivo eliminar fisicamente autoridades como Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, jamais teve conhecimento desse plano e, se soubesse, teria tomado providências.

Ao comentar suas falas sobre urnas eletrônicas, Bolsonaro defendeu o voto impresso e disse que “criticar o sistema eleitoral é um direito democrático”, rejeitando o termo “ataques às urnas”.

No início do depoimento, o ex-presidente pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes por declarações feitas em reunião privada, nas quais acusava ministros do STF de corrupção. Bolsonaro admitiu que não tinha provas e classificou a fala como um “desabafo”.

A sessão de interrogatório durou cerca de duas horas e meia e teve tom cordial. Bolsonaro respondeu a todas as perguntas e afirmou que não havia clima político ou apoio das Forças Armadas para uma ruptura institucional. Ele chegou a brincar com Moraes, convidando-o para ser seu vice em uma eventual chapa futura.

O depoimento faz parte do processo que investiga atos antidemocráticos e articulações para um possível golpe de Estado no Brasil.

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