Braiscompany: Justiça Argentina autoriza extradição do casal Antônio Neto e Fabrícia Farias

Braiscompany: Justiça Argentina autoriza extradição do casal Antônio Neto e Fabrícia Farias

A Justiça da Argentina deu um passo crucial no processo de extradição de Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Ais, e sua esposa, Fabrícia Farias, sócios da Braiscompany. O casal foi preso em fevereiro de 2024 na cidade de Escobar, na Argentina, após estarem foragidos desde fevereiro de 2023.

Extradição autorizada para o Brasil

Com a decisão judicial argentina, Antônio Neto e Fabrícia Farias deverão ser trazidos ao Brasil para responderem pelas acusações de crimes contra o sistema financeiro. Juntos, eles foram condenados a penas que somam **150 anos de reclusão**. A Polícia Federal é responsável pela investigação do caso, que aponta o desvio de aproximadamente **R$ 1,11 bilhão**, afetando mais de **20 mil clientes** da Braiscompany.

O esquema da Braiscompany

A Braiscompany, idealizada pelo casal, atuava na gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. O modelo de negócio prometia retornos financeiros expressivos, em torno de **8% ao mês**, uma taxa considerada irreal para os padrões de mercado. Os investidores convertiam seu dinheiro em criptoativos, que eram supostamente “alugados” à companhia e ficavam sob sua gestão, com os rendimentos representando o pagamento por essa locação. Milhares de pessoas, especialmente em Campina Grande, investiram suas economias na empresa, influenciadas pelo boca a boca.

Prisão domiciliar e próximas etapas

Após a prisão em fevereiro, Fabrícia Farias obteve o direito de aguardar a extradição em prisão domiciliar no dia seguinte, mediante pagamento de fiança e cumprimento de medidas cautelares. A Justiça argentina considerou sua atitude colaborativa e o fato de ser mãe de dois filhos menores de idade sem outros responsáveis. Antônio Neto também conseguiu o benefício da prisão domiciliar em 21 de maio, transferido da sede da Interpol em Buenos Aires. Ele não poderá sair de sua residência na Argentina e será monitorado para evitar fugas. Autoridades argentinas foram notificadas para reforçar a segurança em portos e aeroportos.

O delegado da Polícia Federal, Guilherme Torres, destacou que não há um prazo definido para a finalização do processo de extradição, pois depende da legislação argentina. Ele citou um caso semelhante que demorou cerca de três meses. “Processada essa extradição eles serão trazidos ao Brasil para que respondam”, pontuou o delegado.


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