BRB diz que vai analisar alternativas à decisão do Banco Central

[Editado por: Marcelo Negreiros]

O Banco de Brasília (BRB) confirmou na noite desta quarta-feira, 3, que o Banco Central rejeitou o pedido de aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. A estatal esclareceu que solicitou acesso à íntegra da decisão para avaliar os fundamentos da negativa e examinar as alternativas cabíveis. 

No documento, o BRB reforçou que considera a operação uma oportunidade estratégica, com potencial de gerar valor para seus clientes, acionistas, o Distrito Federal e o sistema financeiro nacional. A análise do Banco Central durou quase um ano e envolveu cinco condicionantes, incluindo principalmente auditoria nos ativos e passivos do Master. O órgão avaliou com cautela a exposição do banco a operações de risco, como precatórios e créditos judiciais. 

Leia também: “Ascensão e queda do Banco Master”, reportagem de Carlo Cauti publicada na Edição 263 da Revista Oeste

Embora o Cade tenha aprovado a compra em junho sem impor restrições, a diretoria do BC decidiu barrar o negócio nesta semana, em meio à pressão política do centrão no Congresso para aumentar sua influência sobre a autarquia.

Há pouco mais de dez dias, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), havia sancionado uma lei distrital aprovada pela Câmara Legislativa do DF (CLDF), por determinação judicial, que autorizava o BRB a adquirir 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Banco Master. 

Ações do BRB subiram 23% 

O objetivo declarado era ampliar a presença do BRB no mercado e fortalecer sua atuação no setor financeiro. Desde o anúncio da operação, há seis meses, as ações do banco valorizaram cerca de 23% na Bolsa de Valores (B3).

Desde que o BRB manifestou interesse em comprar o Banco Master, por R$ 2 bilhões, a transação gerou controvérsia no setor financeiro. O Master adota uma política agressiva de captação, oferecendo rendimentos de até 140% do CDI em seus papéis — bem acima da média de 110% a 120% para bancos de menor porte. A instituição também não publicou o balanço de dezembro de 2024 e recentemente fracassou em uma emissão de títulos em dólares, o que aumentou a desconfiança do mercado.

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As operações do banco com precatórios — dívidas de governos já reconhecidas pela Justiça — reforçaram as dúvidas sobre sua situação financeira. O BTG Pactual chegou a oferecer apenas R$ 1 para assumir o controle do Master e ficar com seu passivo, que seria coberto com recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A falta de consenso entre os bancos que aportam no fundo, porém, impediu que a proposta avançasse.

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