Caixa entra na disputa por empréstimo bilionário dos Correios

Caixa Econômica Federal se junta à negociação para empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios

A Caixa Econômica Federal confirmou que participará da próxima rodada de negociações para a concessão de um empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios. A decisão, que já foi discutida na alta cúpula do banco, foi comunicada ao Palácio do Planalto. A estatal dos Correios enfrenta um **prejuízo acumulado expressivo**, atingindo **R$ 6,05 bilhões** até setembro deste ano, o que motivou a busca por esse resgate financeiro.

Juros elevados frustram negociação inicial

A primeira tentativa de captação do empréstimo esbarrou em taxas de juros consideradas altas pelos órgãos governamentais. Cinco bancos apresentaram propostas, com juros fixados em **136% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário)**. No entanto, o Tesouro Nacional estabeleceu um teto de **120% do CDI** para operações com garantia da União, o que levou à recusa da proposta. Essa taxa de 136% do CDI, com a Selic atual em 15%, representaria uma taxa anual de aproximadamente 20,4% para os Correios, enquanto o teto do Tesouro implicaria em cerca de 18% ao ano.

Nos bastidores, houve desconforto na Caixa com as condições apresentadas. Dirigentes expressaram que **“não caberia a um banco público ganhar em cima dos Correios”**, o que justificou a ausência da Caixa na primeira fase da disputa. O Tesouro Nacional considerou as taxas propostas pelos bancos como um **“abuso”**, dado que a operação conta com garantias federais. A informação sobre a recusa e o limite de juros foi comunicada ao Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.

Prejuízo dos Correios se agrava e necessidade de recuperação

O prejuízo acumulado dos Correios até o terceiro trimestre de 2025 é alarmante, registrando **R$ 6,05 bilhões**. Esse valor representa um aumento significativo em comparação com os R$ 2,13 bilhões do mesmo período do ano anterior. A empresa atribui esse resultado à **redução de receitas e ao aumento de despesas**. Por essa razão, a aprovação de um plano de recuperação, que inclui o empréstimo de até R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro, é considerada crucial para a estabilidade da estatal.

A participação da Caixa Econômica Federal nesta nova etapa das negociações pode indicar uma busca por condições mais favoráveis para a operação, alinhadas às diretrizes do Tesouro Nacional. A expectativa é que a presença do banco público auxilie na definição de uma taxa de juros que seja **sustentável para os Correios e justa para os cofres públicos**, ao mesmo tempo que garante a viabilidade financeira da estatal.


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