[Editada por: Marcelo Negreiros]
O ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu a empresários nessa sexta-feira, 26, que investimentos no ensino fiquem fora do arcabouço fiscal, desde que bem geridos. Santana disse que é preciso convencer o Ministério da Fazenda, o Congresso e a sociedade para aumentar os repasses à educação no País.
“Se precisarmos de R$ 40 bilhões a mais para a educação, vai ter que ter uma discussão com a Fazenda. Eu defendo que, se for com uma boa governança, séria e bem acompanhada, essa questão precisa estar fora do arcabouço, fora das metas”, disse o ministro durante o almoço promovido pelo grupo Esfera Brasil, em São Paulo.
Na última segunda-feira, 22, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ser necessário que o Congresso aprove mudanças nas regras de algumas despesas obrigatórias, para que o arcabouço fiscal se sustente a longo prazo.
‘É fácil falar que educação é prioridade’, disse ministro da Educação
No encontro com empresários, Camilo Santana criticou a falta de investimento na educação, a despeito do discurso frequente de que o setor precisa ser prioridade nacional.
“Se o País não for mais veloz com o investimento na educação, o Brasil começa a envelhecer. Nós estamos perdendo uma janela de oportunidades. Precisamos convencer a Fazenda, a sociedade, o Congresso. Porque é fácil falar: ‘A educação é a coisa mais importante do País, a educação precisa ser prioridade’, mas, na hora que vai se colocar em prática, não é isso que vemos”, afirmou o ministro.

Ministro da Educação, Camilo Santana Foto: Wilton Junior/Estadão
Para o titular da Educação, a área tampouco recebe emendas parlamentares a contento, e o Congresso passou a ter mais poder de investimento do que o Poder Executivo.
“É uma guerra. Quem encaminha já manda (um valor) baixo para a educação, e o Congresso corta para transformar em R$ 50 bilhões de emendas. Hoje o Congresso tem mais dinheiro para investimento no Brasil que o próprio Executivo. E esse não é o papel dele”.
[Por: Estadão Conteúdo]
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