Cidade na ‘lista suja’ do trabalho escravo recebeu R$ 11 milhões em emendas

[Editada por: Marcelo Negreiros]

A pequena cidade de Placas (PA), incluída na “lista suja” do trabalho escravo, recebeu pelo menos R$ 11,3 milhões de emendas parlamentares entre 2018 e 2024. Fiscais do Ministério do Trabalho flagraram o crime em 2024 contra três trabalhadores na zona rural da cidade de 19 mil habitantes. A pasta atualizou nesta semana o cadastro de empregadores que submeteram funcionários a condições análogas à escravidão.

Ao longo de seis anos, a cidade obteve emendas de 11 parlamentares paraenses. Seis deles exercem o mandato atualmente: senador Zequinha Marinho (Podemos), senador Jader Barbalho (MDB), deputado José Priante (MDB), deputado Airton Faleiro (PT), deputado Olival Marques (MDB), e deputado Henderson Pinto (MDB).

Entre os parlamentares procurados, apenas Marinho respondeu. Afirmou que os repasses “seguem rigorosamente os critérios legais e administrativos”. Leia o comunicado ao fim desta reportagem. A prefeitura de Placas não respondeu.

‘Lista suja’ tem 691 empregadores

O Ministério do Trabalho incluiu 159 novos empregadores na ‘lista suja’ do trabalho escravo na última segunda-feira, 6, um aumento de 20% em relação ao levantamento anterior. São 101 pessoas e 58 empresas. Ao todo, o cadastro público conta com 691 empregadores.

As fiscalizações de trabalho escravo envolvem, além do Ministério do Trabalho, órgãos como a Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal. Denúncias sigilosas podem ser por meio do Sistema Ipê, do governo federal.

Leia o comunicado do senador Zeca Marinho

“Todas as emendas encaminhadas pelo parlamentar para prestação de serviços e aquisição de bens em benefício da população paraense seguem rigorosamente os critérios legais e administrativos exigidos pelo Poder Executivo. No caso específico do município de Placas (PA), com 18.668 habitantes, destaca-se sua alta dependência de transferências externas para manter os serviços básicos. Segundo dados do IBGE, em 2024, 94,79% das receitas municipais vieram de fontes externas, evidenciando a necessidade de apoio financeiro complementar para garantir o atendimento à população.”

[Por: Estadão Conteúdo]

Source link


Descubra mais sobre

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Comente a matéria:

Rolar para cima