A Anvisa manteve a proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), também conhecidos como cigarros eletrônicos. A decisão desta sexta-feira (19/4) é resultado do processo regulatório que revisou a regulamentação desses produtos no país e as informações científicas mais atuais disponíveis sobre esses equipamentos.
A atualização da norma proíbe a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de todos os dispositivos eletrônicos para fumar. Com isso, qualquer modalidade de importação fica proibida, inclusive para uso próprio e na bagagem de mão do viajante.
O regulamento aprovado não alcança a proibição do uso individual. É importante lembrar, porém, que o uso de qualquer dispositivo fumígeno é proibido em qualquer ambiente coletivo fechado, desde 1996, conforme previsto na Lei 9.294/1996.
O médico pneumologista Ygor Negreiros ressalta os males deste artefato.
Dr. Ygor Marcelo Mendes Negreiros
Ao surgir como uma alternativa para ajudar os tabagistas a pararem de fumar, a indústria do cigarro opera uma velha e conhecida estratégia de marketing, muito utilizada nas primeiras décadas de propaganda do tabaco, sua associação com benefícios e melhorias da saúde.
A dependência causada pelo “moderno” tipo de tabagismo pode ser muito mais cruel. As doses de nicotina são cavalares, com alguns modelos contendo o equivalente a mais de 200 cigarros. Além disso, a entrega da nicotina ao sangue, por meio da fumaça gerada por esses dispositivos, é muito mais rápida, chegando de modo mais veloz ao cérebro, garantindo uma dependência mais eficaz. Como possuem aromas, o hábito se torna muito mais tolerável, o que fecha o ciclo para garantir um maior número de tragadas e adaptação do usuário.
Fora a nicotina, as outras substâncias contidas no cigarro eletrônico variam de óleos, solventes químicos e até metais pesados. E é por esse motivo que o futuro do usuário é tão sombrio. Pois o comportamento das doenças e das alterações teciduais, causadas pela exposição ao cigarro eletrônico, vem sendo bem diferentes daquelas que encontramos no cigarro convencional.
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Isso significa que estamos diante de novas doenças, as quais não temos e nem conhecemos ainda seu tratamento. Ou seja, seu usuário entra em um poço fundo e não temos maneiras de regatá-lo, a não ser a prevenção do uso desse veneno moderno.
- Dr. Ygor Negreiros é Médico Pneumologista, formado pela Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE.
- Especialista em Clínica Médica pela UFPB/HULW
- Especialista em Pneumologia peça UnB/HUB
- Em doutorado em Pneumologia pela UnB
- Staff da Residência de Clínica Médica do HBDF
- Atuação em medicina intensiva e pneumologia Rede D’or.
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