O possível colapso de uma mina da Braskem em Maceió, capital do Alagoas, fez o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) elevarem para o grau máximo o nível de acompanhamento do caso no Observatório de Causas de Grande de Repercussão (OGGR) nesta sexta-feira (1º).De acordo com o órgão, o motivo da atualização é o alerta máximo que a Defesa Civil colocou na região devido ao aumento dos tremores causados pelos impactos na mina de sal-gema. “É manifesta a necessidade de elevação do grau de acompanhamento do caso no âmbito do OCGR para o grau máximo, 3 – Colaboração, apropriado para questões dotadas de extrema complexidade procedimental ou material, ou cujas externalidades negativas possam atrapalhar a celeridade do procedimento”, diz a nota.Leia maisCinco bairros da cidade foram esvaziados, inclusive com um hospital sendo desativado, nos últimos dias. Segundo especialistas, é possível que uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã se abra no local. Para piorar, ela provavelmente seria inundada, formando um lago com profundidade de 8 a 10 metros.De acordo com a Defesa Civil de Maceió, a área ao redor da mina 18 da Braskem está afundando cerca de 2,6 centímetros por hora. Já o deslocamento vertical da mina é de 1,42 metro.Cronologia do casoA Brasken tem autorização do poder público para realizar a extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, na região.Os primeiros problemas surgiram em fevereiro de 2018, quando foram avistadas rachaduras com até 280 metros de extensão.No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado no local, provocando danos irreversíveis nos imóveis.Mas foi apenas em 2019 que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a mineração havia provocado a instabilidade no solo.No mesmo ano foram emitidas as primeiras ordens de evacuação para moradores dos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro.No total, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região, afetando cerca de 55 mil pessoas.O que diz a Braskem?Em nota divulgada na última sexta, a empresa diz que está tomando todas as medidas cabíveis para minimizar o impacto dos tremores na região. A Braskem ainda alega que parou a extração de sal-gema em Maceió em 2019.“Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta”, acrescenta a empresa.
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