Como esquerda e direita reagiram ao envio do pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro?

[Editada por: Marcelo Negreiros]

Congressistas de esquerda e de direita reagiram após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviar quatro pedidos de cassação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para o Conselho de Ética da Casa nesta sexta-feira, 15.

O filho “03” de Jair Bolsonaro (PL) é acusado de quebrar o decoro parlamentar ao se autoexilar nos Estados Unidos e de articular sanções contra o Brasil e autoridades nacionais com o intuito de impedir o julgamento de seu pai.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que é autor de três dos requerimentos de cassação contra Eduardo, ironizou o filho do ex-presidente por meio de seu X (antigo Twitter). “Não precisa agradecer agora. Quando for julgado por alta traição à Pátria, você agradece direito”, escreveu. O parlamentar faz referência ao episódio em que Eduardo o agradeceu por pedir a cassação de seu passaporte, o que o levou a se mudar para os EUA.

A publicação ainda é acompanhada de um vídeo em que Lindbergh relembra que pediu a prisão preventiva do deputado e relembra confrontos que teve com o filho do ex-presidente.

Em outra publicação, Lindbergh comemora o envio do pedido de cassação e cita as acusações contra Eduardo. “Trata-se de um caso grave, que envolve suspeita de traição à Pátria, exercício do mandato à distância, uso de passaporte diplomático e gastos vultosos com cota parlamentar e verbas indenizatórias, em desrespeito às regras do decoro e abuso de prerrogativas”.

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP), na mesma linha, também definiu o processo como “cassação do traidor da Pátria”. Ela ainda relembrou que sua sigla é responsável por uma das denúncias contra Eduardo. “Tenho o orgulho de dizer que um dos pedidos é do PSOL, assinado por mim e por toda a nossa bancada na Câmara”, escreveu.

Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi mais irônico ao celebrar o envio dos pedidos de cassação e usou o apelido “bananinha” para se referir ao filho do ex-presidente.

O deputado ainda relacionou a medida contra Eduardo com outro revés da direita: a definição da data do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), e escreveu “é o que golpista e traidor da pátria merece: justiça batendo à porta. Sextou com gosto!”.

O deputado bolsonarista Zucco (PL-RS), por outro lado, afirmou que a direita irá se esforçar para travar o processo. “A oposição repudia a tentativa de cassação do mandato do deputado, iniciativa claramente política e persecutória, e anuncia que atuará firmemente no Conselho de Ética e em todas as instâncias da Câmara dos Deputados para garantir que ele siga no exercício pleno de suas funções”, declarou em vídeo no seu Instagram.

Zuco criticou a tentativa de cassação, comparou as ações do filho do ex-presidente com protestos de parlamentares esquerdistas no passado e disse que Eduardo denuncia um possível autoritarismo do Judiciário brasileiro em sua atuação no exterior.

O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) também se manifestou na mesma linha: “Quem são os traidores da pátria? O deputado Eduardo Bolsonaro tem sido um grande defensor da liberdade da nação brasileira e está nos Estados Unidos não fugindo como foi citado, mas sim buscando justiça pelo bem do Brasil!”, argumentou.

Outros nomes da direita, como o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o líder da sigla no Senado, Carlos Portinho (RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) não fizeram publicações sobre o pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais e não saíram em defesa do parlamentar até o momento.

O próprio Eduardo também se silenciou. Antes do envio do processo para a Comissão de Ética, o filho do ex-presidente tinha questionado se o presidente da Câmara daria início ao procedimento. “Será que (Motta) vai optar por entregar ao regime meu mandato ou vai reconhecer que eu estou sendo coagido e ameaçado por um tirano psicopata?”, escreveu em seu X.

[Por: Estadão Conteúdo]

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