Compra do Master pela Fictor surpreende Banco Central e pode não vingar

[Editada por: Marcelo Negreiros]

Compra do Master pela Fictor surpreende Banco Central e pode não vingar

Até anúncio pela imprensa, técnicos do BC não faziam ideia da transação. Crédito: Raquel Landim

Causou surpresa no Banco Central e no mercado financeiro o anúncio de que o Banco Master teria sido comprado pela Fictor Holding Financeira e por um grupo de investidores árabes.

Até o negócio ser divulgado pela imprensa, técnicos do BC não faziam ideia da transação, conforme fontes que acompanham o assunto de perto.

De acordo com a lei 4.595 de 1964, qualquer operação de transferência de controle de instituição financeira precisa passar pela análise e aprovação do Banco Central.

Procurada, a assessoria de imprensa da Fictor não soube informar se a operação já havia sido comunicada à autoridade monetária, mas disse que isso ocorreria ainda hoje.

O anúncio da negociação com a Fictor acontece em um momento em que se discute se o Master será liquidado pelo BC. O risco de liquidação se tornou mais concreto depois que a autoridade monetária vetou outra tentativa de venda do banco – para o BRB, banco regional do Distrito Federal. A operação não foi considerada sólida o suficiente – ainda mais com dinheiro do contribuinte do DF.

O banco usa um empréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para rolar suas dívidas e continuar funcionando.

O Master pertence ao banqueiro Daniel Vorcaro, que tem muita influência entre os políticos em Brasília, e se alavancou vendendo CDBs altamente arriscados contando com as garantias do FGC.

Agora que a roda parou de girar, se não encontrar um comprador, corre o risco de quebrar.

A Fictor é uma financeira que cresceu rapidamente e ganhou notoriedade patrocinando um time de futebol, o Palmeiras. Agora diz ter conseguido investidores árabes para comprar uma instituição em dificuldades e virar banco.

O enredo parece complicado, mas o Brasil já o assistiu algumas vezes. O BC está atento.

[Por: Estadão Conteúdo]

Source link


Descubra mais sobre

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Comente a matéria:

Rolar para cima