O empresário do Distrito Federal Fernando Cavalcanti disse, em depoimento à CPMI do INSS nesta segunda-feira (6/10), que os veículos de luxo apreendidos pela Polícia Federal em sua casa são “lícitos”. Entre eles, está uma Ferrari vermelha, que, segundo o economista, está financiada e terminará de ser paga só em 2027. O carro teria custado R$ 4,5 milhões.
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Além dos veículos, a Polícia Federal apreendeu oito relógios de luxo e dinheiro em espécie durante a operação Sem Desconto, deflagrada em 12 de setembro, na sua residência localizada no Lago Sul, bairo nobre de Brasília.
“Os veículos mencionados nas resportagens são de pripriedade da minha empresa e estão todos declarados, [foram] adquiridos de forma licita e alguns estão ainda financiados, como o caso da tão falada Ferrari, que eu só termino de pagar, salvo melhor juízo, no final de 2027”, disse.
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Empresário Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, é ouvido pela CPMI do INSS na tarde desta segunda-feira (6/10)
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Relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), inquire o depoente em pé, com seu logotipo exibido no telão, e é questionado por parlamentares
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Empresário Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, é ouvido pela CPMI do INSS na tarde desta segunda-feira (6/10)
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Fernando Cavalcanti é administrador e CEO da empresa Valestra, voltada a serviços combinados de escritório e apoio administrativo. Ele foi vice-presidente do escritório NW Advogados, de Nelson Willians. O advogado também foi alvo da PF e é investigado como operador financeiro de Maurício Camisotti, empresário apontado como um dos principais beneficiários dos desvios.
Cavalcanti negou à CPMI do INSS que tenha sido usado como “laranja” ou que tenha se beneficiado de qualquer esquema. Disse que, como administrador do escritório de advocacia, atestou que Camisotti emprestou dinheiro ao escritório de Wilians, dívida que estaria sendo paga até hoje.
“O que tenho de conhecimento de relação de Nelson Willians e Mauricio Camisotti são esses empréstimos, que são pagos até hoje. Deixo registrado que nunca fui laranja, operador ou beneficiário de qualquer esquema. Minha atuação sempre foi de gestor. Os pagamentos por mim recebidos eram compatíveis com todas as funções que eu desempenhava com a minha vida empresarial”, declarou Cavalcanti na comissão.
[Metrópoles]
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