Personagem citou repasses mensais à família Marinho durante delação premiada ao Ministério Público do Rio, em 2020

Doleiro Dario Messer mencionou a família Marinho em delação ao MP do Rio em 2020 | Foto: Reprodução

Um dos nomes presentes na “colinha” de mão do presidente Jair Bolsonaro (PL) na entrevista ao Jornal Nacional, Dario Messer inspirou uma onda de consultas nos mecanismos de busca da internet desde a noite de segunda-feira 22.

“Dario Messer” foi um dos termos escritos na mão de Bolsonaro na sabatina ao vivo na Globo, assim como “Argentina”, “Colômbia” e “Nicarágua”. O presidente, no entanto, acabou não usando a referência durante a entrevista aos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.

Messer é um personagem cuja trajetória pública traz uma conexão com a Globo, em razão de uma denúncia, não comprovada, a respeito da emissora durante um desmembramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, em 2020.

Conhecido como “doleiro dos doleiros”, Messer foi condenado pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A última pena ocorreu no processo da Operação Marakata, desdobramento da Lava Jato no Rio.

O doleiro foi preso pela Polícia Federal em julho de 2019 depois de passar um ano foragido. Messer foi apontado como principal articulador de um esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 5 bilhões entre 2011 e 2017, em 52 países.

A partir de 2020, o acusado passou a cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, por determinação do Superior Tribunal de Justiça. No mesmo ano, depois de a delação ser homologada pela Justiça, Messer foi solto por decisão do juiz Marcelo Bretas. No entanto, o doleiro ficou proibido de deixar o país e de manter contato com outros réus do caso.

Citação à família proprietária da Globo

Em junho de 2020, Messer disse em delação premiada ao Ministério Público do Rio de Janeiro que fazia três repasses mensais à família Marinho, proprietária do Grupo Globo. O investigado declarou que os valores variavam entre US$ 50 mil e US$ 300 mil por remessa. A informação foi divulgada pela revista Veja, em 14 de agosto de 2020.

Em nota emitida na época, donos da Globo negaram as acusações de Messer e destacaram que o doleiro não apresentou provas.

“A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, vimos esclarecer que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm nem nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma maneira, nunca realizaram operações de câmbio não declaradas às autoridades brasileiras”, manifestou a família dona da Globo.

Pesquisas no Google

O nome de Dario Messer, que praticamente não atraía atenção nos últimos dias, inspirou uma leva de pesquisas em mecanismos de busca. Segundo o Google, o doleiro teve um pico de atenção às 22 horas da última segunda-feira, pouco depois da entrevista de Bolsonaro no Jornal Nacional.

Com Revista Oeste

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By Marcelo Negreiros

Jornalista militando na profissão desde 1985, trabalhando nas TVs Paraíba e Cabo Branco, afiliadas Rede Globo na Paraíba, durante 15 anos. Diplomado em 2001 pelas Faculdades Integradas de Patos.

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