[Editada por: Marcelo Negreiros]
O deputado Júnior Mano (PSB-CE), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 8, por suposto desvio de emendas parlamentares, deve cerca de R$ 12 milhões à União. Na eleição de 2022, o parlamentar declarou ter R$ 371,5 mil em bens, apenas 3% do total da dívida em seu nome.
Procurado pela Coluna do Estadão, o deputado não respondeu. Sobre a operação da PF, Júnior Mano afirmou não ter “qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”.
Segundo um levantamento da Coluna do Estadão em dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), Júnior Mano não pagou tributos federais nos anos de 2019, 2021, 2023 e 2025, período em que já era deputado. A maior dívida foi registrada em 2023, com R$ 10,7 milhões.

Júnior Mano se filiou ao PSB depois de ser expulso do PL, partido de Jair Bolsonaro Foto: Câmara dos Deputados
Deputado teve ‘papel central’ em esquema, diz PF
Na manhã desta terça-feira, 8, a PF vasculhou o gabinete do deputado na Câmara, além de outros 14 mandados de busca e apreensão em Brasília, Fortaleza, Nova Russas (CE), Eusébio (CE), Canindé (CE) e Baixio (CE).
Segundo a corporação, o deputado teve “papel central” na manipulação de eleições municipais em pelo menos 50 cidades do Ceará, por meio de desvio de emendas parlamentares e compra de votos.
“Deputado federal Júnior Mano, o qual exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”, apontou o relatório da PF.
Os policiais federais afirmam ter encontrado indícios de que o deputado “estaria diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema [de compra de votos] e consolidar sua base de apoio político”.
[Por: Estadão Conteúdo]
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