
Foto: Paraibaonline
Foi aprovado por unanimidade na sessão desta terça-feira (14), o Projeto de Lei de autoria da deputada estadual Pollyanna Dutra (PSB), que proíbe planos de saúde de cobrarem a autorização dos homens para que as mulheres possam colocar dispositivos de contracepção intrauterinos.
O projeto segue para sanção do governador do Estado, João Azevedo (PSB).
Conforme a parlamentar, é necessário que o protagonismo do corpo feminino seja das mulheres e não dos homens, prática que, conforme a deputada, se mostra retrógrada face a séculos de luta pela emancipação feminina.
De acordo com texto do PL nº 3.764/2022, de autoria da deputada Pollyanna, fica proibida a exigência, por planos e seguros privados de saúde suplementar, de consentimento do companheiro para a inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU) e Sistema Intrauterino (SIU).
“O protagonismo quanto à saúde reprodutiva e sexual da mulher tem que ser da mulher. Em pleno século XXI, após a luta por tantos direitos, é a mulher quem tem que ter o protagonismo sobre seu corpo, não o seu parceiro. Essa é uma pauta que me orgulha muito e uma luta que sempre trarei aqui no parlamento”, argumentou a deputada.
Na justificativa do texto, Pollyanna Dutra explica que “a mencionada exigência por parte de diversos planos e seguros de saúde suplementar se ampara em uma interpretação errônea da Lei Nº 9.263/96 (Lei do Planejamento Familiar), que exige a autorização uxória ou marital para a realização de procedimentos contraceptivos definitivos, como a laqueadura, o que certamente não corresponde ao caso dos dispositivos aqui mencionados, que são temporários”.
Para Dutra, a tutela dos direitos da mulher por muito tempo foi do homem e medidas como essa trazem um olhar sobre ações que suavemente continuam deixando nas mãos de outras decisões que cabem somente às mulheres sobre suas vidas.
“Enfrentamos uma tradição de machismo e misoginia que de tão arraigada parece fazer parte da nossa cultura. É tempo de reconstruir uma sociedade amparada na igualdade, na justiça e no respeito, a qual somente se conseguirá com a incansável luta pela liberdade, historicamente tolhida das mulheres brasileiras”, completou a parlamentar, na justificativa da sua matéria.
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