
O Flamengo entra em campo em todos os lugares do Brasil arrastando multidões consigo. Em qualquer pesquisa feita no país inteiro sobre qual o time que uma pessoa torce, o rubro-negro do Rio de Janeiro ocupa, disparadamente, a primeira posição, como aconteceu na Paraíba já em 2025 em levantamento feito pelo Instituto Anova.
Em 2024, o Fla jogou em João Pessoa uma partida pelo Campeonato Carioca contra o Nova Iguaçu e levou 16428 ao estádio. No entanto, boa parte do público ficou frustrado pois esperava o time principal, mas quem atuou foi a equipe sub-20. Situação fez com que o sucesso no estado fosse bem menor este ano, quando, na partida contra o Madureira, no Amigão, pouco mais de 3 mil pessoas compraram ingressos, já sabendo que jogadores da base entrariam em campo.
No entanto, a expectativa voltou a ser alta no mês passado, quando no sorteio da terceira fase da Copa do Brasil o Flamengo teve o Botafogo-PB como adversário, e a direção botafoguense garantiu que a partida seria realizada em João Pessoa, como “prêmio” ao torcedor do Belo e também à cidade, que vem ganhando destaque no cenário nacional.
Poucos dias depois, entretanto, devido a diversos fatores, como a necessidade de destinar uma arquibancada inteira para os flamenguistas e as reclamações dos torcedores do Botafogo-PB pelo valor do ingresso, que variava entre R$ 300 e R$ 500 (trezentos e quinhetos reais), a SAF do Belo anunciou a venda da partida para São Luís, no Maranhão.
Na capital paraibana, assim como em diversas cidades mundo afora, o time carioca conta com sua Embaixada, no caso, a FlaJampa. E o funcionário público Mário Rodrigues, que faz parte da diretoria do Consulado, falou sobre a expectativa que tinha de ver seu clube do coração após o sorteio da Copa do Brasil.
– A sensação (após o sorteio) foi de muita alegria, principalmente pela oportunidade de milhares de paraibanos verem pela primeira vez ao vivo um clube de importância mundial, que forma cidadãos e representa muito bem o Brasil, trazendo medalhas olimpicas em varios esportes. Este é um exemplo que o público deve observar antes de criticar a decisão de um paraibano torcer para um clube da importância do Flamengo – afirmou.
E a alegria de estar nas arquibancadas do principal estádio de sua cidade para ver a equipe pela qual torce se transformou em frustração após a transferência da partida para o estádio Castelão. No entanto, isso não tirou a vontade de ver o confronto contra o Belo com outros rubro-negros.
Por isso, a FLA-FEST, que costuma ser realizada pelas Embaixadas quando o Flamengo joga em outras cidades, será realizada em João Pessoa, no Clube Cabo Branco, na noite de quinta-feira (01), para acompanhar a partida, e a realização contou com autorização da diretoria rubro-negra, até para minimizar a tristeza dos torcedores por não poderem estar presencialmente no jogo.
– Este evento é realizado pelas Embaixadas e Consulados toda vez que o clube se apresenta em alguma cidade do Brasil e fora do país. O modelo do evento tem a presença de um ex-jogador do clube, as taças do Mundial e da Libertadores, musica ao vivo e stand da loja oficial. Como foi vendido o jogo para outro estado, entramos em contato com a direção para saber se poderíamos continuar com a ação e conseguimos, até como premio pela frustração da mudança do jogo. A frustração da venda do mando de campo não foi só para os rubro-negros, mas para o paraibano que gosta de futebol – explicou Mário Rodrigues, acrescentando que a presença de um ídolo e das taças não acontecerá na Paraíba, e sim na capital maranhense.
Uma situação que quase monopolizou as redes sociais desde o sorteio do confronto entre Botafogo-PB e Flamengo foi sobre um paraibano torcer por um time de fora do estado. O debate muitas vezes acalorado do qual Mário Rodrigues não faz parte, pois diz que respeita qualquer tipo de opinião.
No entanto, em sua visão, alguns termos pejorativos utilizados por quem reprime pensamentos diferentes acaba se voltando contra o próprio Belo em determinadas situações.
– Nossa missão é com as ações sociais, doação de sangue, e alimentos. Por isso, não nos envolvemos em polêmicas, pelo contrário, respeitamos a opção de cada um democraticamente. Na minha opinião, todo debate e boa provocação é bem vinda, mas desde que seja com respeito. Quando se usa palavras que discriminam, como “Paraibacas” ou “vergonha do nordeste”, entre outras, isso não agrega nada. Pelo contrário, afasta totalmente. Já conversei com amigos ex dirigentes do Botafogo-PB e sempre falei que isso era um marketing negativo para o clube – concluiu.
Equipe @Vozdatorcida
[Voz da Torcida]
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