A farmacêutica EMS apresentou uma proposta de combinação de negócios com a rival Hypera, que poderá criar da maior empresa do setor farmacêutico da América Latina, segundo pessoas a par das negociações. Caso o negócio seja aprovado, a nova companhia nascerá com receita líquida anual de quase R$ 16 bilhões e geração de caixa (medida por EBTIDA — lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) de quase R$ 5 bilhões. A oferta precisa ser aprovada pelo conselho de administração da Hypera, bem como pelas autoridades reguladoras.
A nova empresa criaria uma líder em todas as áreas da indústria: medicamentos de prescrição, genéricos, vendidos fora do balcão e hospitalares. A EMS é a maior fabricante de genéricos do País e a Hypera tem marcas líderes de categoria como Doril, Buscopan, Benegrip, Merthiolate, Engov, entre outros. A participação de mercado da nova empresa no Brasil vai ser de 17%.
De acordo com pessoas a par das negociações, pela proposta, a EMS fará uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 20% do capital da Hypera. O preço oferecido será de R$ 30 por ação, valor 17% superior ao de sexta-feira. A adesão não é obrigatória aos acionistas. Caso a oferta seja aceita na totalidade, a EMS desembolsará R$ 3,8 bilhões e os recursos virão da própria empresa.

Fábrica da EMS em Hortolândia Foto: Ricardo Stuckert/PR
Apesar de ambas companhias terem faturamento semelhante, Carlos Sanchez, da EMS, deve passar a ser o maior acionista da empresa combinada, com cerca de 60% do capital. Isso porque a EMS tem caixa líquido em torno de R$ 500 milhões, enquanto a Hypera tem dívidas que somam R$ 8,2 bilhões e alavancagem de 3,5 vezes a geração de caixa. Caso o negócio seja concretizado, essa relação cai para 1,54 vez na companhia combinada.
Ganhos com a sinergia
As negociações para a concretização do negócio começaram há tempos, entre Sanchez e João Alves de Queiroz Filho, o Junior, da Hypera. Segundo fontes, ambos veem grandes ganhos de sinergia no negócio. Essa otimização aconteceria com a concentração de produção em fábricas, negociação com fornecedores de insumos médicos e de embalagens, logística, bem como na distribuição.
O efeito também poderia ser visto em pesquisa e desenvolvimento já que, nos últimos anos, as duas têm avançado nessa área. As sinergias viriam ainda da força de vendas. Hoje, as duas têm grandes equipes de propagandistas para visitar consultórios médicos e farmácias para emplacar seus produtos e poderiam também otimizar suas promoções.
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