[Editado por: Marcelo Negreiros]
O domingo 7 foi de eleição na Província de Buenos Aires, que conta com cerca de 40% de toda a população da Argentina. No pleito, a esquerda venceu o partido do presidente Javier Milei.
Com 88% das urnas apuradas até as 22h do horário local, a Junta Eleitoral local apontou a coalizão peronista Força Pátria na liderança, somando 47% dos votos. Enquanto isso, o partido A Liberdade Avança, de Milei, ficou com 33,8%. A definição sobre a composição do Parlamento provincial ainda depende da apuração final.
Na eleição deste domingo, estão em jogo 46 das 92 cadeiras do Congresso da Província de Buenos Aires e 23 das 46 vagas do Senado local. Além disso, os eleitores votaram para escolher vereadores e orientadores escolares em 135 municípios.
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O processo eleitoral costuma servir para medir o desempenho de governadores e prefeitos e definir a base de apoio político para os próximos dois anos. Contudo, o pleito deste ano adquiriu dimensão nacional, passando a ser interpretado como um teste para o governo Milei.
A disputa ficou marcada pelo embate direto entre a direita de Milei e o Força Pátria, partido de esquerda sob a liderança local do governador da Província de Buenos Aires, o peronista Axel Kicillof. O partido Somos Buenos Aires tentou se destacar como uma “terceira via”, mas obteve apenas 5% dos votos.
A Província de Buenos Aires tem 14 milhões dos 40 milhões de habitantes da Argentina. Apesar do nome, a capital federal do país, a Cidade Autônoma de Buenos Aires, não integra a jurisdição da província, que tem La Plata como sede.
Reações diante do resultado em Buenos Aires
Depois da divulgação dos resultados, Milei admitiu a derrota. O presidente defendeu uma reflexão interna.
“O que precisamos deixar claro é que, sem dúvida, no plano político, sofremos uma clara derrota hoje”, afirmou o libertário. “Se alguém quiser começar a reconstruir e seguir em frente, a primeira coisa que precisa aceitar são os resultados, e os resultados de hoje não foram positivos. Sofremos um revés eleitoral e precisamos aceitá-lo.”
O presidente da Argentina também direcionou mensagem à sua base de apoiadores. “Quero avisar aos argentinos que o rumo que tomamos desde 2023 não vai se modificar, vai redobrar. Não há como recuar um milímetro na nossa política governamental”, disse. “Vamos melhorar a cada dia para ter um resultado melhor no dia 26 de outubro.”
O dia 26 de outubro representará a próxima fase do processo eleitoral argentino. Neste dia, haverá votação para eleição de deputados e senadores federais.
Enquanto isso, Kicillof comemorou a vitória em La Plata. Aliado da ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar por ter sido condenada por corrupção, o governador da Província de Buenos Aires é tido como presidenciável por lideranças esquerdistas do país.
Leia também: “O milagre argentino”, reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 279 da Revista Oeste
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