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Governadores que tentam reeleição aumentam seus bens em mais de R$ 20 milhões

Helder Barbalho (MDB-PA) foi o que mais enriqueceu, com aumento de R$ 14,6 milhões em seu patrimônio no último mandato; ele diz ter recebido doação legais e que os valores estão informados no Imposto de Renda.

Entre os 12 candidatos a governador que irão tentar reeleição neste ano, pelo menos oito aumentaram seu patrimônio em mais de R$ 20 milhões. Helder Barbalho (MDB), do Pará, lidera o ranking com um enriquecimento de R$ 14,6 milhões em seu último mandato.

Dos patrimônios declarados pelo governador do Pará, R$ 12,3 milhões estão informados como “outros bens”, sem especificar quais são eles em seu registro de candidatura. Em 2018, Barbalho informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) R$ 3,2 milhões. Neste ano, declarou R$ 18,7 milhões, um aumento equivalente a 362% em seu patrimônio, quando comparado ao valor declarado no último pleito.

Questionado, Barbalho informou, em nota: “Sobre o incremento de meu patrimônio nos últimos anos, esclareço que recebi em doação de meu pai 90% de tudo o que possuo. As doações, declaradas por mim e por ele, são legais, e sobre elas pago os impostos exigidos. Tudo o que tenho na minha vida está declarado ao Imposto de Renda”.

O levantamento feito pela CNN, com base na relação de bens declarados no portal de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais, mostra o comparativo entre os valores apresentados ao TSE, junto ao registro de candidatura dos governadores nas Eleições de 2018 e de 2022. Os valores de 2018 foram corrigidos pela inflação Acumulada (IPCA) até a presente data.

Além do paraense, Antonio Denarium (PP-RR), Gladson Cameli (PP-AC) e Rodrigo Garcia (PSDB-SP) também informaram o aumento de seus bens em valores superiores à soma de seus salários como governadores no período de exercício dos mandatos.

A CNN questionou os governadores sobre a diferença dos valores declarados ao TSE e seus patrimônios.

A assessoria de comunicação de Antonio Denarium informou, em nota, que “antes de ser eleito governador [de Roraima], o atual chefe do Executivo Estadual já era empresário, comerciante e agricultor, atividades que continua exercendo, independentemente da sua vida política”.

“Os rendimentos que geram aumento do patrimônio vêm dos resultados das empresas que possui, que constam nas informações prestadas à Receita Federal. Quanto aos rendimentos que recebe do Estado como governador, 100% são doados mensalmente a instituições e projetos sociais sem fins lucrativos”, afirmou.

O chefe de estado do Acre disse que todos os bens que possui são declarados junto à Receita Federal e oriundos de participações em sociedade das empresas de sua família.

“O aumento do patrimônio pessoal é resultado da boa administração desses recursos por mim e meus familiares. Acerca do meu salário como governador, é importante ressaltar que parte dele foi doado, de forma legal, para aquisição e doação de cestas básicas e produtos de higiene, para famílias carentes durante o período mais crítico da pandemia do Covid-19 no Acre, no ano de 2020”, completou Gladson Cameli.

Já a assessoria de Rodrigo Garcia, governador de São Paulo, se pronunciou com a seguinte nota: “Em valores atualizados, a evolução do patrimônio é de 7,5% em quatro anos, absolutamente compatível com seus rendimentos. Rodrigo Garcia tem outras fontes de rendimentos, conforme declaração na Receita Federal. Sobre as declarações de bens no TSE, o candidato obedece a resolução que determina que sejam declarados os bens do candidato (pessoa física) nos termos do que exige a lei. Portanto, não há omissão de bens no TSE. Rodrigo Garcia recebeu doação de seus pais a empresa Centroeste com atividades no ramo de transportes, agropecuária além da compra e venda de imóveis. A empresa consta da declaração de Imposto de Renda e desde a primeira eleição de Rodrigo em 1998 é declarada ao Tribunal Eleitoral, conforme determina a legislação”.

Eduardo Leite (PSDB-RS), Marcos Rocha (União-RO) e João Azevedo (PSB-PB) apresentaram um enriquecimento de R$ 240 mil, R$ 654 mil e R$ 75 mil, respectivamente. Porém, os valores estão dentro do previsto na soma dos salários de ambos.

De acordo com a assessoria do governador do Rio Grande do Sul, “o crescimento patrimonial [de Eduardo Leite] é perfeitamente compatível com a renda que obteve como governador entre janeiro de 2019 e março de 2022, além de estar baseado sobre uma base muito baixa, já que em 2018 o candidato consumiu seu patrimônio investindo em estudos na Universidade de Columbia e na Fundação Getúlio Vargas”.

“Ao assumir como governador, Eduardo Leite recebeu o subsídio de R$ 25,4 mil mensais. O aumento patrimonial é referente às economias que fez durante o período, equivalentes a cerca de 30% do total recebido. O percentual impressiona quando usado para manchetes sensacionalistas, mas basta ver o número absoluto para se perceber a normalidade do patrimônio”, disse.

Por outro lado, os demais candidatos que tentam reeleição neste ano – Fátima Bezerra (PT-RN), Claudio Castro (PL-RJ), Carlos Moisés (Republicanos-SC) e Ratinho Júnior (PSD-PR) – diminuíram cerca de R$ 8,6 milhões em seus patrimônios.

Apesar de terem rendimentos positivos, em relação aos salários recebidos, os candidatos do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Santa Catarina tiveram queda no valor total de seus patrimônios.

Somente o governador do Paraná, Ratinho Júnior, teve uma perda de R$ 8 milhões. Em 2018, ele declarou R$ 3,6 milhões em “crédito decorrente de empréstimo” e R$ 1 milhão em “outras participações societárias”. Ambos não foram apresentados nos bens do governador neste ano.

A assessoria de Cláudio Castro esclareceu que “a diferença no valor declarado ao TSE se deve à venda de um veículo que pertenceu ao governador”.

A CNN aguarda uma posição dos demais citados.

Com CNN


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