Harmonia e sintonia do design e da arte

A cada dia o Brasil tem um cenário de designers e artistas reconhecidos no mundo todo. O país, por si próprio, estimula essa explosão de cores, texturas, formas, e principalmente. de  talentos. Nosso lindo Brasil tem muito do que se orgulhar porque são pessoas de várias partes do país revelando a veia artística e produzindo peças lindas

 

Arte: Fernando Peixoto

 

O design brasileiro é considerado um dos mais respeitados no mundo todo. É uma fusão de talentos que a cada dia cresce e descortina projetos idealizados com formas espetaculares, sem falar dos prêmios que designers acumulam anualmente. Da mesma forma, a arte, seja ela qual for, tem se posicionado e está cada vez mais frequente nos lares, adquirida ou desenvolvida, cumprindo o seu papel em diferentes versões.
Todo design deve ser divulgado porque retrata o momento em que o país vive, um pouco da sua cultura, tradição, da tendência de linhas, texturas e cores. A arte em todas as suas formas, na sua explosão de traços e cores, traz o olhar do artista que destaca as emoções que podem ser exatamente as mesmas  de uma outra pessoa. Costuma-se dizer que um quadro pode despertar numa pessoa sentimentos e emoções que devem ser perpetuados numa parede.
Talvez uma cadeira com formas geométricas compõe uma decoração e se torna a estrela da sala, ou quem sabe, uma tela reviva uma infância na fazenda. Conviver com arte é mais do que investimento. É  prazer único que faz bem ao interior da casa como no interior do dono da casa. Tudo se completa.
O Portal Ideia Delas conversou com pessoas talentosas que vivem a sua arte de forma profissional e que se tornaram referência em diferentes segmentos: Fábrício Ronca, de Londrina/PR;
Maria Fernanda Paes de Barros, de São Paulo/SP; Ana Paula Martins, de Nova Hamburgo/RS; Paula Yamin Merheje Candisani, de Ilha Bela/SP; Marllon Morais e Rodrigo Queiroz, de Belo Horizonte/MG,
Monalysa Oliveira Santos, de Goiânia/GO. Vamos conhecê-los?

Por Elisiê Peixoto

FABRÍCIO RONCA

“Minha mãe me levava bem cedo na faculdade quando ela estudava Belas Artes em Belo Horizonte/ MG. Cresci brincando com argila, xilogravura,  pintura e escultura.”

 

Fabricio Ronca

Fabricio Ronca , 45 anos, é formado em arquitetura e urbanismo. Atualmente trabalha muito com design de móveis e produtos, também com cursos e mentoria. “Atuo desde muito jovem, já vendia minhas ilustrações e trabalhos para as pessoas quando era adolescente. Gosto de desenhar desde a infância. Atraído pelos quadrinhos, animais e heróis da Marvel. Minha mãe me levava bem cedo na faculdade quando ela estudava Belas Artes em Belo Horizonte/ MG. Cresci brincando com argila, xilogravura,  pintura e escultura. O prédio que ficava a Guignard, nome da faculdade de artes, era o Palácio das Artes, edifício projetado por Niemeyer. Então, não tinha muito pra onde eu fugir (risos), já estava no sangue.”
“Meu trabalho se baseia em um acrostico que sintetizei ,que chamo de MANAH. E está muito ligado ao alimento que Deus enviava todas as manhãs no deserto ao povo hebreu no êxodo do Egito:  MA = memória afetiva, através das experiências de infância, da casa de vó, das brincadeiras , do lúdico e das referências do passado. N = natureza , através da biofilia, biomimética , inspiração na fauna flora e nos minerais. A= arquitetura , para mim o mobiliário é arquitetura em escala reduzida, pois tem forma , função e estrutura, Elementos da tríade vitruviana,onde se fundamentou toda a arquitetura. H = híbrido, na mistura de materiais, da harmonização de cores, formas e texturas , da temperatura dos materiais e da multifuncionalidade que emprego em meus produtos”, explica o designer.
Poltrona Ametista e Mesa que serão lançadas na feira da Itália, em junho de 2022
“Já tive um espaço comercial, hoje estou em home office, viajo muito pelo Brasil, atendendo as indústrias parceiras e também em feiras como Abimad, Revestir, Casa Cor. E também em feiras internacionais como a Isaloni na Itália , onde terei  três peças expostas agora em junho de 2022. Entre as premiações nacionais tenho o Salão do Móvel, Museu da casa Brasileira e Planeta Casa da Abril. Internacional , tenho medalha de prata e ouro no A’ design Award , maior prêmio de design do Mundo , 2018 – 2019”, conclui..

MARIA FERNANDA PAES DE BARROS

“É na potência da arte que ela encontra o caminho para compartilhar seu aprendizado, ativar o olhar e a escuta do outro, buscando gerar nele o mesmo incômodo que sente e, dessa forma, estimulá-lo a agir. “

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Lucas Rosin

 

Artista visual, designer e pesquisadora, SP/SP, 1969.. é formada  em administração de empresas e design de interiores.  Maria Fernanda Paes de Barros trabalhou na área por mais de 20 anos, migrou para o design de mobiliário em 2014, criando a Yankatu – design com alma, estúdio de design por meio do qual realiza projetos de impacto social junto aos artesãos brasileiros. A passagem para o mundo da arte aconteceu naturalmente em 2020, quando a busca pela valorização dos artesãos brasileiros e seus saberes gera um crescente incômodo em relação à invisibilidade e a falta de conhecimento sobre a realidade as nossas tradições culturais. Seu trabalho baseia-se nas relações que vão além do olhar e estabelecem-se na confiança e admiração mútuas. Sua produção artística perpassa uma longa atemporalidade e também uma continuidade, resultantes do privilégio e da fluidez da alteridade das relações estabelecidas.

 

Yankatu

 

Yankatu- Arte na Praça
Yankatu – Buffet Abrigo

 

É na potência da arte que ela encontra o caminho para compartilhar seu aprendizado, ativar o olhar e a escuta do outro, buscando gerar nele o mesmo incômodo que sente e, dessa forma, estimulá-lo a agir. É por meio de uma estética relacional que ela visa somar forças pois a reação do outro, o espectador, é essencial para a concretização de sua arte, que não se finda no objeto criado e sim, expande-se para o campo imaterial e impalpável. Fée não nega seu passado nem sua condição privilegiada, ao invés disso se deixa afetar por ambos para a partir deles, abrir o espaço necessário para falarmos sobre uma história que não estamos acostumados a ouvir.
A artista e pesquisadora Maria Fernanda Paes de Barros está na Made 2022 que acontece entre os dias 1 e 5 de junho de 2022, em São Paulo

ANA PAULA MARTINS

“Minha mãe sempre me inspirou, ela não parava nunca de inventar, fazia tricô, crochê, bijuterias, bonecas de pano e era ela quem bordava meus figurinos de ballet, a casa vivia cheia de linhas, miçangas e lantejoulas.”

Ana Paula Martins

 

Lindo cocar assinado por Ana Paula Martins
Ana Paula Martins reside na cidade de Novo Hamburgo/RS, formada em Relações Internacionais e pós graduada em Marketing, e sua paixão sempre foi a arte, e de todas as formas. ” A arte sempre esteve presente na minha vida, na dança clássica como no teatro, (eu era uma criança extremamente  hiperativa e minha mãe me colocava em todas as oficinas possíveis (risos). Minha mãe sempre me inspirou, ela não parava nunca de inventar, fazia tricô, crochê, bijuterias, bonecas de pano e era ela quem bordava meus figurinos de ballet, a casa vivia cheia de linhas, miçangas e lantejoulas. Cresci nesse mundo de criação”, relata a artista.
“O mundo corporativo e a arte sempre andaram juntas na minha vida, mas chegou um momento que  ambos não conseguiam mais dividir o mesmo espaço e  aquele ritmo frenético do corporativo que arrastava  tudo o que estava  pelo caminho foi me devorando. Então tive de escolher  se essa histeria iria me afetar de alguma forma a minha vida ou me encorajar a mudar. A transição de CLT para empreender foi necessária e a coragem trouxe aquele medo e um pouquinho de ousadia que nos falta aos 44 e poucos anos. Sair do “mesmo”, tirar o pé do chão é muito difícil, mesmo que isso não nos  faça feliz. Mas é libertador! Somente em agosto de 2021 eu comecei a me dedicar especificamente ao atelier, mesmo estando trabalhando com ele desde 2019 onde em meio ao caos que estávamos vivendo em meio a pandemia me fez especializar em duas técnicas na qual sempre fui apaixonada”, conclui a artista.
Sobre as suas técnicas, ela explica: “Fiberemballage  é uma técnica ancestral, de domínio mundial e consiste basicamente em encapar uma meada de fios, com as cores e materiais de modo que se obtenha o molde definido, a mesma pode ser aplicada em tapeçarias e esculturas têxteis. E a Esmirna tem um aspecto volumoso e traz uma incrível textura para os trabalhos de tapeçarias trabalhado na talagarça. Ambas as técnicas  me permitem misturas de  diferentes tipos de fios, entre eles, algodão, seda, sisal, lã, chenile e outros. Amo essa mistura, a coloração marcante e a textura. Minhas grandes referências são Norberto Nicola, Eva Soban, Roberto Burle Marx.”
“Trabalhar com arte têxtil é minha verdadeira paixão, cada encomenda é feita com muita dedicação, cada detalhe é pensado no ambiente no qual a peça vai incorporar, cada rolo, cada trança, cada nó é  pensado e entregar não somente uma peça linda, mas um trabalho de qualidade, um avesso impecável como a frente da arte! Claro que para isso demanda mais tempo, são horas de trabalho, mas não sei trabalhar de outra forma, se não é me doando por inteira em cada arte”, conclui.

 

 

PAULA  YAMIN  MERHEJE CANDISANI

“Cor, movimento, fluxo e energia estão presentes em todas as obras.”

Muitas cores e alegria nas obras de Paula Yamin.

 

 

Paula Yamin Merheje Candisani é artista plástica, 50 anos, mora em Ilhabela/SP. Ela conta que a sua arte nasceu da ligação que tem com os elementos da natureza, suas formas, cores, movimento e da música brasileira que é presente enquanto desenha. ” O ritmo, principalmente, cria a cadência do meu risco. Quando toco o lápis no papel, só tiro no final, num traço continuo sem interrupções. Depois vou colorindo cada espaço de acordo com a minha motivação do momento.”
” A alegria é peça fundamental! O desejo de trazer esse sentimento pro papel começou na pandemia. Cor, movimento, fluxo e energia estão presentes em todas as obras. Meus avós, imigrantes libaneses, trouxeram em sua bagagem e profissão a arte da fotografia. Minha avó e tias, no estúdio que tinham em São Paulo, além de fotografarem, coloriam as fotos dos clientes, uma à uma. Era um processo comum na época, porém, faziam essa atividade com maestria, criando verdadeiras obras de arte. Já do lado materno, a música foi e  sempre será a forma de expressão de praticamente todos os integrantes”, diz a artista.
“De ambos os lados sempre tive a arte muito presente em minha vida. Casei com um fotógrafo o que reforçou ainda mais essas características impressas em meu DNA. Faço da arte meu estilo de viver e quero com ela alegrar a todos! E deixo essa frase como reflexão: “Tento aplicar as cores como palavras que formam poemas, como notas que compõe música” (João Miró).

 

 

MARLLON MORAIS E RODRIGO QUEIROZ

“É muito importante estar próximo do processo de produção das peças dentro do estúdio e com os nossos parceiros na marcenaria e serralheria. Esse contato permite uma descoberta constante de novas técnicas e possibilidades. Tudo isso é um norte em nosso processo criativo.”

 

 

Marllon e Rodrigo. Foto: Studio Tertúlia
Mesa Rastro
Marllon é arquiteto e tem formação complementar em artes visuais e escultura pela Belas Artes, enquanto Rodrigo se formou em Design de Produto e tem especialização em marcenaria. Foi com o trabalho de Rodrigo que Marllon despertou a paixão pelos objetos. “Vi o Rodrigo desenvolvendo uma poltrona e fui me apaixonando pela escala do produto, que é diferente de se pensar em um projeto de arquitetura. É um momento mais introspectivo, diferente da arquitetura com uma escala muito maior e processos mais longos”, explica.
E foi desse interesse mútuo de experimentar e criar, buscando a essência e as potencialidades do design na contemporaneidade, que nasceu o Estúdio Dentro, em Belo Hoirizonte/MG. Juntos, Marllon e Rodrigo desenvolvem objetos, luminárias e mobiliário autorais que exploram a materialidade e seu valor estético. O uso de diferentes materiais e o contraste entre eles é um dos destaques do trabalho do Estúdio Dentro, que procura transmitir leveza e pureza, mesmo com a “brutalidade” de algumas matérias-primas.
Foto: Studio Tertúlia
Foto: Studio Tertúlia
Foto: Studio Tertúlia

O nome “Dentro” representa o olhar introspectivo do processo criativo dos designers, que buscam a própria identidade e entrega total nas criações. O envolvimento dos profissionais no processo produtivo é integral, eles se dedicam às peças, individualmente, desde a criação à produção. “É muito importante estar próximo do processo de produção das peças dentro do estúdio e com os nossos parceiros na marcenaria e serralheria. Esse contato permite uma descoberta constante de novas técnicas e possibilidades. Tudo isso é um norte em nosso processo criativo”.

Os designers Marllon Morais e Rodrigo Queiroz, do Estúdio Dentro, participam da Made 2022, que acontece entre os dias 1 e 5 de junho de 2022, em São Paulo.

MONALYSA OLIVEIRA SANTOS

“Desenho desde de criança, esse era meu hobby durante anos. Na pandemia comecei a pintar para amigos e ali nasceu uma artista. Costumo falar que a arte me escolheu, foi tudo bem natural.”

 Monalysa Oliveira Santos, 29 anos, é formada em gestão comercial, mora em Goiânia/GO, há um ano atua profissionalmente nas artes.  ” Desenho desde de criança, esse era meu hobby durante anos. Na pandemia comecei a pintar para amigos e ali nasceu uma artista. Costumo falar que a arte me escolheu, foi tudo bem natural. Hoje vivo 100% da arte . No meu trabalho prezo pela decoração mais leve sem pesar o ambiente, mesmo por se tratar de arte. Sou amante das plantas em movimentos, cada uma trás algo por trás, desde o dia que descobri que as plantas têm sistema nervoso, que elas sentem as energias e são poderosas, elas me ganharam . Mas não é de hoje porque esse despertar foi desde criança. É através das tintas que eu tento trazer naturalidade e desconstrução entre linhas. Meu ateliê fica onde eu moro, mas daqui uns dias vou me mudar e vem projeto novo por aí. As exposições vão acontecer, Vou expor agora pelo governo através da prefeitura”, conclui,

 

A explosão de cores na arte desenvolvida por Monalysa Oliveira Santos

 

 

 

 

 

– As fotos dessa matéria são de arquivo pessoal enviadas pelas assessorias de imprensa e artistas.

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