hotel que elevou preço em 80 vezes não fechou reservas

[Editado por: Marcelo Negreiros]

Belém enfrenta um cenário de hospedagem conturbado antes da COP30, marcada para novembro, com a procura por acomodações impactada por preços elevados e falta de vagas acessíveis. O Hotel COP30, antigo Hotel Nota 10, exemplifica a situação: mudou de nome e aumentou sua diária de R$ 70 para até R$ 6 mil, mas segue sem reservas confirmadas, apesar de tentativas de alugar o prédio inteiro para delegações estrangeiras.

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O evento, previsto para reunir 50 mil pessoas por 12 dias, expôs o déficit estrutural e a escalada de preços na capital paraense. O governo federal antecipou a cúpula de chefes de Estado para os dias 6 e 7, com o objetivo de minimizar o impacto, mas a medida não foi suficiente para conter a especulação.

Demora nas reservas para a COP30 e pressão internacional

Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, alertou para a demora nas reservas. “Isso nunca aconteceu, normalmente dois ou três meses antes da conferência todos os países já têm acomodação”, afirmou à AFP. Até agora, 68 dos 198 países confirmaram hospedagem, enquanto a ONU solicitou subsídios ao Brasil, sem sucesso.

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O gerente do Hotel COP30, Alcides Moura, justificou os preços como um “teste de mercado”, porém reconheceu o desequilíbrio: “É um evento de uma magnitude que Belém nunca esperou e os valores acabaram ficando desordenados, cada um colocou seus valores e alguns fora da realidade”, explicou ao jornal O Globo. Atualmente, as tarifas do hotel não ultrapassam US$ 350, cerca de R$ 2 mil.

Alternativas e medidas para ampliar a oferta

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA), declarou que “a oferta de leitos está garantida”, mas reconheceu a necessidade de combater abusos. Para ampliar as opções, o governo contratou dois navios privados com 6 mil camas, que ficarão a 20 quilômetros do evento. O Airbnb informou redução de mais de 20% no valor médio desde fevereiro, mas tarifas próximas a US$ 100, padrão sugerido pela ONU, seguem raras nas principais plataformas.

Com 60% dos visitantes previstos para se hospedar em imóveis particulares, o setor hoteleiro afirma que as vagas estão quase esgotadas. O presidente da associação de hotéis do Pará, Toni Santiago, criticou a ideia de tabelamento de preços. “Isso não existe em nenhum grande evento no mundo, porque Belém tem que ser a vira-lata da história?”, questionou.

Leia também: “A anistia inevitável”, artigo de Augusto Nunes e Branca Nunes publicado na Edição 255 da Revista Oeste

[Oeste]

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