Quanto maior o número de pixels, maior é a resolução da imagem. Uma foto ou vídeo em Full HD, por exemplo, tem linhas com 1920 pixels e colunas com 1080 pixels (por isso também chamamos esse formato de 1080p). No total, são dois milhões de pixels.
E o 8K? Bem, trata-se de uma resolução 7680?×?4320. São 33 milhões de pixels – mais de 16 vezes o Full HD.
É com esse nível de qualidade que novas imagens do Sol ganharam a internet. Elas saíram de um estudo publicado no final de maio na revista Solar Physics, que usou um novo sistema de câmeras do Telescópio de Torre de Vácuo (VTT, na sigla em inglês), que fica nas Ilhas Canárias (Espanha).

O VTT existe desde os anos 1980, mas essa foi a primeira vez que ele e qualquer outro telescópio conseguiram montar a imagem do Sol nesse nível de resolução. Para entender por quê, é preciso explicar um dilema qdo mundo da observação solar.
Grandes telescópios aqui na Terra são capazes de fazer registros em alta definição do Sol. Só que eles cobrem áreas pequenas, o que dificulta a análise de fenômenos de grande escala na estrela. Uma alternativa é usar telescópios menores em órbita, cujo campo de visão é maior. O problema é que, nesses casos, o nível de detalhe é menor.
Conciliar campo de visão e qualidade das imagens, então, sempre foi um desafio. Mas o novo sistema de câmeras do VTT pode ter chegado a uma solução.
O equipamento foi desenvolvido pelo Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam, na Alemanha. Graças a ele, foi possível reconstruir o campo de visão do VTT. Não foi um trabalho fácil, claro: a imagem que você vê acima nasceu a partir de 100 registros com resolução de 8.000 × 6.000 pixels, capturados a 25 quadros por segundo (uma taxa parecida com a dos filmes que a gente assiste no cinema).
As novas imagens cobrem 200 mil quilômetros do diâmetro do Sol, o que corresponde a um sétimo do total. Em geral, telescópios conseguem cobrir 75 mil km (em comparação, o diâmetro total da Terra é de 12,8 mil km).
Além disso, a tecnologia permite que se observe o astro-rei com uma precisão de 100 km, além de possibilitar que cientistas monitorem fenômenos na superfície do Sol com intervalos de 20 segundos.
Esse nível de detalhe será importante para as pesquisas sobre a atividade da estrela e fenômenos como manchas, erupções e tempestades solares, que podem impactar diretamente a vida aqui na Terra (um enorme fluxo de radiação pode, por exemplo, afetar nossos sistemas de comunicação).
[Por: Superinteressante]
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