A Índia negocia formas de agilizar a entrada de produtos farmacêuticos no mercado brasileiro. O país busca, sobretudo, que os órgãos reguladores possam conduzir uma aprovação mais rápida de medicamentos que já foram autorizados pelas principais agências de controle do mundo, como o Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e a Direção Européia da Qualidade dos Medicamentos e Cuidados de Saúde.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nessa terça-feira (8/7), o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para assinatura de acordos bilaterais. Os líderes também discutiram maneiras de trabalhar juntos e fazer pesquisas conjuntas na área de medicamentos.
De acordo com Periasamy Kumaran, secretário do Ministério de Relações Exteriores da Índia, o primeiro-ministro Modi propôs uma colaboração no compartilhamento de conhecimentos, melhores práticas e transferência de tecnologia em várias áreas. O diplomata indicou que Lula se mostrou aberto às empresas indianas que fabricam medicamentos e comprimidos farmacêuticos no Brasil.
Dinesh Bhatia, embaixador da Índia no Brasil, reforçou que cerca de 15 grandes laboratórios indianos estão presentes no território brasileiro: “Lula estava muito entusiasmado em aproveitar a economia dos medicamentos que a Índia está produzindo para seu sistema de distribuição de saúde pública. Podemos dizer que estão dispostos a analisar essas possibilidades. Sobre isso, gostaria de acrescentar que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a agência reguladora de medicamentos do Brasil, abriu um escritório em Délhi recentemente”.
Satélites e programas espaciais
Além disso, os dois países discutiram formas de colaboração no setor aeroespacial. As autoridades abordaram, entre os tópicos, o desenvolvimento de veículos espaciais e o lançamento de satélites brasileiros. Vale ressaltar que as nações já possuem incentivos conjuntos no setor. Em 2021, a Índia possibilitou que o primeiro satélite brasileiro, chamado Amazônia 1, fosse lançado da base de Sriharikota.
De acordo com Periasamy Kumaran, há muito interesse em termos de cooperação entre os dois lados na área espacial. “Destacamos que nossas missões espaciais custam menos do que fazer um filme de Hollywood sobre uma missão. Também indicamos que há 300 startups indianas na área espacial e que algumas delas foram fundadas por empreendedores muito jovens”, disse o diplomata.
Acordos bilaterais
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, ressaltou, por meio das redes sociais, a importância da relação entre Brasil e Índia, em especial no desenvolvimento tecnológico. A declaração, em português, ocorreu após visita de Estado do político indiano.
“Tive conversas frutíferas com o presidente Lula, que sempre foi apaixonado pela amizade entre a Índia e o Brasil. As nossas conversas incluíram formas de aprofundar os laços comerciais e também diversificar o comércio bilateral. Ambos concordamos que há um enorme potencial para que tais laços prosperem nos próximos tempos”, escreveu Modi na rede social X.
A visita sucede a cúpula do Brics, que aconteceu durante o fim de semana no Rio de Janeiro. O Brasil e a Índia compõem o grupo, assim como Rússia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
“Energia limpa, desenvolvimento sustentável e superação das mudanças climáticas também foram temas proeminentes em nossas conversas. Outras áreas em que trabalharemos ainda mais estreitamente incluem defesa, segurança, IA e agricultura. A cooperação Índia-Brasil no espaço, semicondutores e DPI beneficiará nossos povos”, finalizou Modi.
A visita também possibilitou a assinatura de acordos bilaterais, como no combate ao terrorismo internacional e ao crime organizado transnacional.
[Metrópoles]
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