Eternamente, o poeta!
O “guerreiro ” de tantas pelejas pensa em “pendurar as chuteiras”, não atinando que o artista do Repente e da Viola jamais terá condições de simplesmente se “aposentar “. É que sua vida é o Sertão e sua alma e arma a viola, que revela o cantador do improviso que a utiliza. “E por onde vai passando, o seu nome vai deixando, nos feitos da história”.
De quem falo? Ora, poderia ser qualquer um que tivesse o dom da imaginação e da poesia, feita no ” forno “, capaz de tornar pequeno o mundo imenso, através das suas narrativas rimadas e cheias de verdades e desafios.
Me refiro ao jovem patoense Jomaci Dantas Nóbrega, o Lola, que hoje, sentindo que já caminhou bastante nessa estrada, que exige muito talento e sabedoria, pensa em dar um tempo ao tempo, deixando o palco de tantas luzes e aplausos.
Dizer do Lola é abrir um volumoso livro de muita atração e sadia leitura, pois, com 35 anos de batente, tendo iniciado sua vida de poeta aos 16 anos, acumulou um vasto tesouro, que vale o suficiente para se revelar realmente realizado e feliz. E quem não o seria?…
Jomaci Dantas, na exatidão de sua trajetória artística, promoveu nada menos que 136 festivais e 93 cantorias de pé-de-parede, nivelando- se aos melhores cantadores da região sertaneja e outras de real alcance, fazendo orgulhoso seu bisavô Joaquim Cesário, que de Picui, no Curimatau paraibano, soube “desbravar” outros rincões nordestinos. E Lola multiplicou esses talentos, mostrando sua bravura de sertanejo e tendo a inteligência para conseguir alçar voos até ser aclamado entre os melhores cantadores da sua geração e gerações passadas.
Que o digam seus colegas de tantas “batalhas “, que a nominar seria enfadonho. E isso já o disseram o imortal Ronaldo Cunha Lima e o grande empresário João Claudino Fernandes, seus admiradores e incentivadores. Tanto é que Ronaldo o levou para Brasília, quando político, e João Claudino, que o apoiou no famoso festival de Teresina ( Piauí) e sempre procurou lhe oferecer o essencial ao seu magnífico trabalho. E hoje sendo belas lembranças, vivem na memória agradecida de Jomaci Dantas.
O autor, ao retratar a vida desse menestrel paraibano, da terra de Ernani Sátyro, cumpre o digno papel de tornar mais vasto o pomar feito de pureza e muito amor, de um conterrâneo que soube, como ninguém, cantar nossos momentos, da maneira que o fez Luiz Gonzaga, que viu partir e regressar a asa branca e que pôde colher os frutos da sua seara!
Jomaci Dantas pode tirar umas férias, mas Lola jamais deixará de se fazer presente, mesmo a distância, pois viverá sempre através da sua própria história!
Um abraço, fraterno amigo!
Jornalista Marcos Nogueira
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