Júnior Mano exercia ‘papel central’ em desvio de emendas e fraudes em eleições, diz PF

[Editada por: Marcelo Negreiros]

O deputado federal Júnior Mano, principal alvo da Operação Underhand, deflagrada nesta terça-feira (8), exercia “papel central” na manipulação das eleições de pelo menos 50 municípios cearenses, segundo inquérito da Polícia Federal. Desde dezembro do ano passado, o parlamentar já estava na mira da investigação. O Estadão teve acesso a um relatório da PF que apontava a ligação de Júnior Mano com um esquema de desvio de emendas parlamentares, orquestrado por Carlos Alberto Queiroz Pereira, o Bebeto do Choró (PSB), então prefeito eleito de Choró.

A reportagem contatou por e-mail a assessoria do parlamentar. O espaço está aberto para manifestações.

Segundo investigadores, deputado deputado federal Júnior Mano (PSB) exercia papel central na manipulação dos Foto: Divulgação / Câmara dos Deputados

Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), os policiais cumpriram, ao todo, 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza/CE, Brasília/DF, Nova Russas/CE, Eusébio/CE, Canindé/CE e Baixio/CE. Além disso, foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas.

Os policiais afirmam ter encontrado indícios de que o deputado “estaria diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema [de compra de votos] e consolidar sua base de apoio político”.

A medida visa impedir a movimentação de recursos de origem ilícita e garantir a preservação de ativos para eventual ressarcimento ao erário.

Segundo a PF, o parlamentar é investigado por manipulação do processo eleitoral por meio da compra de votos e desvio de verbas públicas, esquema que seria supostamente liderado por seu apadrinhado Bebeto do Choró – atualmente foragido da Justiça.

De acordo com os investigadores, o deputado “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”, supostamente liderado por Bebeto do Choró.

O inquérito policial contra o deputado teve início a partir de denúncia da ex-prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), contra uma série de empresários que, segundo ela, operavam um esquema de desvio de emendas parlamentares em 51 municípios do Ceará.

O prefeito eleito de Choró Carlos Alberto Queiroz e o deputado Júnior Mano Foto: Instagram/Reprodução

No primeiro depoimento ao Ministério Público, Rozário relatou que o deputado Júnior Mano atuaria em conluio com Carlos Alberto Queiroz Pereira, o Bebeto do Choró (PSB), prefeito eleito de Choró, para desviar e “lavar” o dinheiro proveniente das emendas parlamentares.

Em 18 de dezembro de 2024, a Polícia Federal apresentou um relatório confirmando os indícios de que Júnior Mano “estaria diretamente envolvido no desvio de recursos oriundos de emendas parlamentares, utilizados para alimentar o esquema e consolidar sua base de apoio político”.

“Deputado federal Júnior Mano , o qual exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”, apontou o relatório.

[Por: Estadão Conteúdo]

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