[Editado por: Marcelo Negreiros]
O Brasil, após dois anos e meio de governo Lula e uns seis de Junta Judiciária comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, está enterrado na pior crise diplomática que já viveu desde o dia Sete de Setembro de 1822. Para a rataria gorda de governo é mais uma oportunidade de se exibir, dar carteirada de patriota e fingir coragem sem correr risco. Para os brasileiros, que pagarão até a última dracma deste prejuízo, é um jogo de perde-perde.
Não há como ganhar. O cidadão brasileiro decente tem de ficar ao lado do Brasil, por imperativo moral elementar — certo ou errado, meu país vem em primeiro lugar. No caso do atual conflito com os Estados Unidos, o Brasil está errado, ou o seu governo está errado, o que na prática acaba dando na mesma. Mas o brasileiro está vendido e mal pago nessa história: a opção de ficar a favor de uma potência estrangeira não é disponível, e todos terão de entrar agora numa briga que jamais quiserem comprar.
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Na verdade, nem o povo brasileiro e nem os Estados Unidos quiseram brigar. Os únicos que quiseram brigar foram o governo Lula, o Clube Che Guevara a que foi reduzido o STF e as facções mais extremistas que hoje governam o Brasil. Donald Trump fez exigências que nenhum país pode aceitar, mesmo levando no lombo tarifas de 50% nas suas exportações para os Estados Unidos? Fez. Mas quem fez tudo para criar aqui no Brasil a situação que levou Trump a adotar as sanções? Aí é puro Lula-STF.
Lula afronta os EUA
Não há nada que Lula não tenha feito em seu terceiro governo (fora os outros) para anunciar ao mundo: “O Brasil é inimigo dos Estados Unidos”. Os brasileiros jamais pediram isso — mas o presidente e a extrema esquerda que hoje guia o que ele pensa, diz e faz, sonham há 40 anos com um Brasil de relações rompidas com os americanos, ou o mais longe, frio e hostil que for possível.
Lula nomeou como comandante da sua “política externa” uma múmia dos tempos do Muro de Berlim e dos Cortadores de Cana de Cuba, militante do Hamas (escreveu o prefácio de um livro sobre a diplomacia do grupo terrorista) e fiador das eleições da Venezuela de Nicolás Maduro. Permitiu que navios de guerra do Irã, que o mundo livre trata oficialmente como país terrorista, atracassem no Rio de Janeiro. Disse que a eleição de Trump seria “a volta do fascismo”.
Lula propõe o fim do dólar como moeda do comércio internacional. Chamou um especialista da China para “regular” as redes sociais no Brasil. Acusa Israel de “genocídio”, e flerta com a ideia de romper relações com o país que o Brasil ajudou a fundar. Culpa a Ucrânia pela invasão de seu próprio território. Apoia na prática o roubo das eleições na Venezuela e fez do Brasil um aliado intransigente de todas as ditaduras do mundo. Tornou-se também um dos países mais antissemitas do cenário internacional — aliás, acaba de retirar-se da Associação Pela Memória do Holocausto.
O apoio do STF
Não é razoável, simplesmente, esperar que o governo americano fique olhando para tudo isso e ache que não há problema nenhum. É óbvio que há. Assim como a Rússia não concorda com a presença de mísseis da Otan nas fronteiras do seu território, os Estados Unidos também não consideram uma boa ideia ficar em contemplação passiva com a formação de um inimigo cada vez mais agressivo à sua porta. É possível, talvez, hostilizar os Estados Unidos à distância. De perto, a história já é outra.
Para formar a tempestade perfeita, o STF veio se jogar de corpo e alma no apoio à guerra santa de Lula — declarou, ele próprio, a sua guerra particular contra os Estados Unidos, ao transformar o Brasi num país-pária da comunidade democrática mundial. Fez isso eliminando o ordenamento jurídico nacional, os direitos humanos e as liberdades públicas para punir inimigos políticos do regime com seus processos contra o “golpe”. Cada vez mais, a propósito, o mundo toma conhecimento dos detalhes sórdidos do que o STF está fazendo — e é duro ficar no papel de “vítima do Trump” quando você tranca na prisão senhoras de 74 anos, e obrigadas a andar de cadeira de rodas, por oferecerem risco à segurança da democracia.
A diplomacia de botequim
Lula, com o apoio de muita gente, acusa de sabotadores, traidores da pátria e inimigos do Brasil todos os que discordam do seu comportamento irresponsável na política externa — aí, sim, uma sucessão de atos lesivos objetivamente ao país. É do interesse nacional do Brasil, obviamente, manter as melhores relações possíveis com a maior potência econômica, militar e política do mundo; a China, por exemplo, acha que é essencial para ela. Lula acha que não. Desde o começo do conflito, em vez de buscar algum ponto de concórdia, dedica 100% do seu tempo a insultar, agredir, debochar, mentir, fazer demagogia — tudo, menos buscar entendimento.
O que dizer de um presidente que afirma, a respeito do seu principal negociador no conflito: “O Alckmin quer negociar com todo mundo; o problema é que ninguém quer negociar com o Alckmin”. É sério, isso? Lula nunca quis negociar nada com os Estados Unidos. Se quisesse, não teria o que propor. Se tivesse alguma proposta, não saberia como chegar a quem decide as coisas no governo americano. Como se descobriu na crise, o Brasil simplesmente não tem uma estrutura para tratar de assuntos importantes com os Estados Unidos; tem acesso ao Hamas e ao PCC, mas não tem acesso à maior potência do planeta. São esses, os patriotas de hoje?
(J.R. Guzzo, publicado no jornal Estado de S. Paulo em 30 de julho de 2025)
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