“má informação” de brasileiros nos EUA levou à “perseguição” de Moraes

O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, criticou nesta quinta (31) a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo governo dos Estados Unidos, decretada na véspera.

Moraes foi sancionado pela legislação que é vista como uma pena de morte financeira no país norte-americano, pois proíbe qualquer transação econômica que passe por empresas de lá.

“Temos que explicar que a perseguição a um ministro da Suprema Corte não é o caminho para uma negociação. [A sanção a Moraes pela Lei Magnitsky] é fruto de desinformação ou de má informação que está sendo prestada por brasileiros nos Estados Unidos”, disparou o ministro a jornalistas ao chegar ao ministério mais cedo.

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Haddad, no entanto, não citou diretamente quem seriam estes “brasileiros” que teriam levado a suposta desinformação ao governo do presidente Donald Trump para impor a sanção a Moraes. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo reivindicaram para si a medida.

O ministro criticou duramente este tipo de articulação afirmando que fragiliza o Brasil na geopolítica mundial por “uma força interna [que está] trabalhando contra os interesses do país”, e que não há nada semelhante acontecendo no mundo atualmente.

Ele ainda citou uma motivação política tanto ao tarifaço de 50% imposto a produtos de alguns setores da indústria brasileira como para a sanção a Moraes, e que eventuais questionamentos às decisões judiciais brasileiras poderiam ser levados a organismos internacionais.

Para o ministro, está havendo uma “agressão de uma potência externa contra os interesses do Brasil”.

“Temos um Poder Judiciário que funciona. E, quando ele não funciona, ou se tem a percepção que ele não está funcionando bem, você tem o Comitê de Direitos Humanos da ONU. O presidente Lula não recorreu a ele [quando foi julgado e preso]? O Brasil é signatário de todos os acordos e convenções internacionais que protegem os direitos humanos”, pontuou o ministro.

O ministro afirmou que o Brasil tem uma “legislação ampla” de direitos humanos que ele acredita ser “uma das mais maduras do mundo, ao contrário do que a ordem executiva [de Trump] faz crer”.

“É um dos países mais democráticos do mundo hoje”, completou.

Fernando Haddad afirmou aos jornalistas que a isenção a centenas de produtos brasileiros ao tarifaço e o adiamento da entrada em vigor, para o dia 6 de agosto, são um ponto de partida para as negociações entre os dois países, mas ainda longe do “ponto de chegada”. Ele afirmou ter tido, na quarta (30), uma sinalização positiva para um possível encontro com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, mas ainda sem uma data confirmada.

“Há muita injustiça, há correções a serem feitas, há setores afetados que não precisariam estar sendo afetados, nenhum a rigor”, pontuou.

Ele ainda citou que levará às autoridades americanas os “pontos de vista” do governo brasileiro sobre a taxação e que irá recorrer às instâncias devidas – tanto nos Estados Unidos como em organismos internacionais” – para “sensibilizar” e “buscar mais integração e parcerias”.

Ainda de acordo com Haddad, a pretensão do Brasil – como uma “grande economia” – é de se aproximar dos Estados Unidos e ampliar o comércio bilateral, mas sem ser apenas um “apêndice de nenhuma outra economia” sem “dependência de nenhum bloco econômico”, citando a União Europeia, a China e o próprio país norte-americano.

[Gazeta do Povo]

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