[Editado por: Marcelo Negreiros]
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu ao governo de Donald Trump ajuda para capturar líderes da gangue Tren de Aragua. A iniciativa ocorre depois de os Estados Unidos enviarem tropas e embarcações militares ao Caribe para atacar barcos suspeitos de transportar drogas.
Segundo fontes ouvidas pela agência Bloomberg, Maduro busca reabrir canais de diálogo com Washington. Nos últimos dias, forças norte-americanas destruíram embarcações que, de acordo com o Pentágono, pertenciam a traficantes que atuam na região.
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No começo de setembro, Maduro entregou a proposta ao enviado especial norte-americano Ric Grenell. Ele também enviou uma carta a Trump, pedindo conversas diretas para reduzir tensões. No documento, o venezuelano negou que seu país seja origem de entorpecentes destinados aos EUA.
“Respeitosamente convido você, presidente, a promover a paz com diálogo construtivo e entendimento mútuo em todo o hemisfério”, escreveu Maduro.
A carta integra uma tentativa de Caracas de afastar sanções e conter a pressão militar norte-americana. O Ministério da Informação da Venezuela e Grenell não comentaram o assunto. Em comunicado à imprensa norte-americana, a Casa Branca reforçou que não reconhece Maduro como presidente legítimo e o classifica como líder de um “cartel narcoterrorista”.
“A política do governo é de máxima pressão sobre o regime de Maduro, e não há negociações que possam beneficiá-lo”, afirmou um porta-voz à Bloomberg.
Gangues venezuelanas em expansão
A Tren de Aragua, criada em prisões venezuelanas, expandiu-se para países como Colômbia, Chile, Peru, Canadá e até os EUA. O grupo atua em extorsão, tráfico de drogas e pessoas, prostituição, mineração ilegal, sequestro e roubo. Investigadores acreditam que parte de seus líderes esteja fora da Venezuela.
A Constituição venezuelana, no entanto, proíbe a extradição de cidadãos do país, o que limita ações contra chefes da quadrilha. O irmão de Héctor “Niño” Guerrero, apontado como líder máximo do grupo, foi preso na Espanha no ano passado.
Trump intensificou operações contra membros da Tren de Aragua que vivem nos EUA. Centenas de suspeitos já foram detidos e enviados para cumprir pena em El Salvador.
Maduro sob pressão
Pelo menos 14 pessoas morreram recentemente em operações norte-americanas contra barcos acusados de contrabandear drogas da Venezuela. Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio, tratam Maduro como chefe de cartel, embora o governo norte-americano envie sinais contraditórios sobre um possível plano de mudança de regime.
Mesmo sob pressão, Maduro manteve voos de deportação autorizados pelos EUA para Caracas. Além disso, a petroleira norte-americana Chevron continua com licença para extrair e exportar petróleo venezuelano.
[Oeste]
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