Maioria dos catadores autônomos vive em casas precárias, mostra estudo

Quase dois terços dos catadores e catadoras autônomos de materiais recicláveis vivem em moradias precárias — de favor, em ocupações ou em casas emprestadas —, enquanto 44% estão em situação de rua. Além disso, 43% dos profissionais da categoria não têm acesso a nenhum programa social.

É o que aponta o levantamento realizado pela Associação Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (Ancat), em parceria com a Fundação Banco do Brasil.

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A pesquisa reuniu informações de 2.140 trabalhadores e trabalhadoras em seis capitais brasileiras — Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Recife.

Os catadores, que desempenham papel fundamental na garantia do retorno de resíduos à cadeia produtiva, também sofrem de insegurança alimentar. De acordo com a Ancat, uma em cada cinco pessoas havia feito apenas uma ou nenhuma refeição no dia anterior à entrevista para a pesquisa, e cerca de um terço depende de doações, feiras livres ou abrigos para se alimentar.

8 imagensMateriais recicláveis após terem sido recolhidosMaterial reciclável em processo de separaçãoCatador de recicláveisMaterial reciclável recolhidoFechar modal.1 de 8

Sacos de latas de alumínio recolhidas para reciclagem

Christopher Pillitz/Getty Images2 de 8

Divulgação3 de 8

Materiais recicláveis após terem sido recolhidos

Vinícius Schmidt/Metrópoles4 de 8

Material reciclável em processo de separação

Rafaela Felicciano/Metrópoles5 de 8

Catador de recicláveis

Agência Brasil6 de 8

Material reciclável recolhido

Vinícius Schmidt/Metrópoles7 de 8

Plástico empilhado em galpão de reciclagem

Marcos Maynart/Metrópoles8 de 8

Divulgação

Entre os dados coletados, o baixo nível de escolaridade entre os catadores chama atenção: apenas 11% concluíram o ensino médio, enquanto 56% não completaram o ensino fundamental. Quase metade (46%) já relatou ter sofrido violência, assédio ou discriminação durante o exercício da profissão.

O perfil majoritário é composto por homens (70%) e pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas (88%). A maioria vive exclusivamente da atividade de catação (80%), trabalha de forma individual (78%) e realiza o trabalho a pé, transportando os materiais em sacos (54%).

Grande parte dos entrevistados coleta até 50 quilos de materiais por dia, e 88% é entregue para ferros-velhos.

Segundo o presidente da Ancat, Roberto Rocha, o levantamento mostra que a categoria precisa de apoio e de políticas públicas. “São trabalhadores e trabalhadoras fundamentais na economia circular, contribuindo para o retorno de resíduos à cadeia produtiva e reduzindo a pressão sobre os recursos naturais”, declarou.

[Metrópoles]

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