No público geral, 48% acham que não haverá influência nas apurações, enquanto 34% acham que ela pode é acelerar o processo, enquanto só 11% apontam que esse ritmo se reduziria. Esse último dado é importante pois, se isolados apenas os eleitores que votaram no petista, são também apenas 11% os que veem esse efeito de atrasar as investigações (entre os bolsonaristas são 14% e entre os que votaram em branco, nulo ou não foram votar são 6%). Portanto, a maioria esmagadora dos eleitores de Lula não vê benefício para Bolsonaro na realização dos atos do dia 25, não podendo, portanto, ter qualquer análise de que seria necessário contrapô-los com outras manifestações.
Como já disse aqui na coluna, na própria Justiça e no governo Lula estão alguns dos fatores que alimentam a força do bolsonarismo. Além de um ato fora de propósito, também o beneficia, por exemplo, a atenção dada ao caso da suposta importunação de uma baleia. Nada contra as leis ambientais e portarias do Ibama, mas chamar um ex-presidente para depor por duas horas sobre esse caso em meio ao escândalo de que ele teria tentado dar um golpe joga muito mais a favor da tese da perseguição. Se a prisão é inevitável, ao menos os argumentos para que futuramente consiga reverter o quadro, como um dia Lula também conseguiu, parecem estar sendo oferecidos a ele semanalmente.
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