[Editada por: Marcelo Negreiros]
Os desembargadores Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu da Silva vêm recebendo remunerações muito acima do teto previsto na Constituição mesmo afastados há um ano das funções no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS).

Desembargadores do TJ-MS Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu da Silva, investigados na Operação Ultima Ratio Foto: TJ-MS
Sideni Soncini Pimentel é dono dos contracheques mais altos. O desembargador ganhou R$ 1.507.453,21 de remuneração bruta no período de afastamento, entre novembro de 2024 e setembro de 2025. Os dados de outubro ainda não estão disponíveis no Portal da Transparência. Após descontos de praxe e de contribuições previdenciárias, ele recebeu em conta R$ 1.123.108,89 líquidos, uma média de R$ 102,1 mil por mês.
Marcos José de Brito Rodrigues aparece na sequência, com uma remuneração bruta de R$ 1.481.795,83 ou R$ 1.150.150,17 líquidos, o que lhe rendeu média salarial de R$ 104,5 mil mensais.
No período de afastamento, Vladimir Abreu da Silva teve uma remuneração bruta de R$ 1.462.501,06 ou R$ 1.131.305,99 líquidos, uma média de R$ 102,8 mil por mês.
Por último, o desembargador Alexandre Aguiar Bastos ganhou R$ 937.444,66 de salário bruto. Com os descontos, ele recebeu na conta R$ 706.267,95, o que corresponde a R$ 64,1 mil mensais.
Apesar de não estarem exercendo qualquer função há exatamente um ano, os desembargadores de Mato Grosso do Sul sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro tiveram seus contracheques inflados por verbas recebidas a título de direitos pessoais, indenizações e direitos eventuais – benefícios pagos além do subsídio base (R$ 41.845,49).
A Constituição limita o salário dos servidores públicos ao que ganham os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje R$ 46,6 mil de remuneração bruta, mas pagamentos fora do teto são autorizados administrativamente pelos tribunais.
Por ordem do ministro Cristiano Zanin, do STF, os magistrados estão proibidos de acessar os prédios do Tribunal de Justiça e os sistemas de processos e também não podem manter contato com servidores da Corte.
A Polícia Federal suspeita que os desembargadores negociaram decisões e pagamentos por meio de familiares.
As suspeitas envolvem sobretudo filhos dos magistrados, em sua maioria advogados, que segundo a PF usaram os escritórios para receber propinas sem chamar a atenção dos órgãos de investigação.
[Por: Estadão Conteúdo]
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