Moraes dá 48h para PGR se manifestar sobre resposta de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou nesta segunda (25) a resposta da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Procuradoria-Geral da República (PGR) para analisar se houve descumprimento de medidas cautelares e suposto risco de fuga do país. Ele deu um prazo de 48 horas para a manifestação do procurador-geral Paulo Gonet, que terá até quarta (27) para se apresentar um parecer.

A PGR confirmou à Gazeta do Povo o recebimento dos autos.

A defesa de Bolsonaro respondeu aos questionamentos de Moraes na noite de sexta (22) por suposto descumprimento de medidas cautelares, entre elas o uso de redes sociais e, ainda, um alegado plano de fuga para a Argentina. O ex-presidente e o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estariam tentando obstruir o andamento do processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

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Eles foram indiciados na última quarta (20) pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa (processo do golpe) e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A defesa rebateu a acusação e afirmou que o relatório da Polícia Federal “causa espanto” e que se “encaixa como uma peça política” com o objetivo de desmoralizar o ex-presidente.

“Expondo sua vida privada e acusando-o de fatos tão graves quanto descabidos. Parece incrível, mas boa parte do relatório dedica-se a um disse-me-disse sem qualquer relevância para a investigação”, criticou a defesa.

Os investigadores da Polícia Federal relataram ter encontrado no celular do ex-presidente o rascunho de um pedido de asilo político na Argentina, apontaram que ele teria descumprido medidas cautelares e divulgaram uma série de mensagens e áudios trocados por Bolsonaro.

“Para além da ausência de fatos novos ou mesmo contemporâneos, é certo que não há qualquer notícia de descumprimento de nenhuma das cautelares já impostas neste último um ano e meio”, disseram os advogados no documento de 12 páginas. Eles também pediram para que Moraes revogue a prisão domiciliar.

A Polícia Federal acusa o ex-mandatário de reiteradamente descumprir as medidas cautelares impostas, incluindo a proibição de uso de redes sociais, apontando que ele teria ativado um novo celular após a apreensão do anterior e intensificado a produção e propagação de mensagens.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o último dia 4, mas já era alvo de uma série de medidas cautelares impostas por Moraes em julho.

Entre as restrições, o ex-presidente usa tornozeleira eletrônica; está proibido de usar redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros; está proibido de manter contato com outros investigados; e também não pode se aproximar de embaixadas ou conversar com embaixadores estrangeiros.

[Gazeta do Povo]

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