O plano do PSD de Kassab para dominar o Nordeste, principal reduto do PT, em 2026

[Editada por: Marcelo Negreiros]

O PSD elegeu como um dos principais focos nas eleições de 2026 elevar seu cacife em todo o Nordeste, principal reduto do PT. O partido de Gilberto Kassab quer ampliar o número de deputados estaduais e federais, além de senadores, para turbinar sua capilaridade e se tornar cada vez mais indispensável no xadrez da região.

Cabeça de chapa não é prioridade, apesar de ter voo solo para governos estaduais no radar. A estratégia desenhada pela sigla inclui filiar políticos locais, sem fechar a porta para alianças estratégicas. Em alguns Estados, como Bahia, Ceará e Piauí, a legenda estará no palanque de petistas, com acordos já bem consolidados.

O mais importante, ressaltam seus interlocutores, é expandir a presença no Legislativo para ter cada vez mais recursos dos fundos partidário e eleitoral, tempo de TV e poder de influência no Congresso Nacional.

Passo a passo das negociações do PSD

Nos encontros do PSD, Kassab não esconde a empolgação. E é com a ajuda do próprio PT que ele vai expandindo seu poder na região. Em julho, por exemplo, esteve no Piauí para formalizar uma dessas alianças. No Estado, o PSD apoiará a tentativa de reeleição do governador Rafael Fonteles (PT). Em troca, lançará o deputado federal Júlio Cesar (PSD) ao Senado, com apoio dos petistas.

Na eleição de 2024, o PSD se consolidou como o partido que comanda mais prefeituras no País. No Nordeste, elegeu 273 gestores municipais, atrás apenas do MDB (280). O PT, por sua vez, emplacou 170 prefeitos na região. A sigla tem hoje na região 19 deputados estaduais e 17 federais, além de cinco senadores.

Mapa das alianças do PSD no Nordeste

Na Bahia, Estado que é governado pelo PT há 18 anos, o PSD tem hoje o maior número de prefeituras – elegeu 115 em 2024, enquanto o PT conquistou apenas 50.

Além disso, o partido de Kassab conta com dois senadores – Otto Alencar e Ângelo Coronel -, seis deputados federais, entre eles Antonio Brito, que lidera a bancada na Câmara. A tendência é que a sigla apoie a reeleição do governador petista Jerônimo Rodrigues, mas apenas se receber a garantia de integrar a chapa para o Senado.

No Ceará, o PSD deve apoiar a candidatura à reeleição de Elmano de Freitas, do PT, ao governo. Com essa aliança, espera ampliar a bancada na Câmara de três para cinco parlamentares e eleger um senador.

No Piauí, o partido de Kassab também estará ao lado do PT, com o apoio ao governador Rafael Fonteles (PT). Em troca, pretende eleger quatro deputados – hoje, conta com três. Além disso, o hoje deputado Júlio Cesar (PSD) concorrerá ao Senado.

No Rio Grande do Norte, o candidato da sigla de Kassab ao governo será o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União-RN), aliado da senadora Zenaide Maia (PSD-RN).

Em Alagoas, o PSD articula para filiar o atual governador, Paulo Dantas (MDB), e todo o seu grupo político.

Em Pernambuco, o PSD filiou este ano a governadora Raquel Lyra, que corre o risco de perder a reeleição no ano que vem para o prefeito de Recife (PE), João Campos (PSB). O partido, contudo, aposta em uma eventual rejeição do eleitor a Campos no momento em que ele renunciar à prefeitura para disputar o governo do Estado.

O governador de Sergipe é Fábio Mitidieri, do PSD, e o partido aposta em sua reeleição em 2026.

Na Paraíba, a sigla espera eleger Pedro Cunha Lima (PSD) para o governo do Estado – na eleição de 2022, ele perdeu no segundo turno para João Azevedo (PSB) por uma diferença de cinco pontos porcentuais.

Já no Maranhão, o candidato a governador será o prefeito da capital São Luís (MA), Eduardo Braide. No Estado, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) deve concorrer à reeleição.

Gilberto Kassab, presidente do PSD Foto: Daniel Teixeira/Estadao

[Por: Estadão Conteúdo]

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