[Editado por: Marcelo Negreiros]
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo, 10, um plano de expansão militar que prevê a tomada da Cidade de Gaza e de outras áreas ainda fora do controle israelense, o que inclui deslocamento em massa da população local. A medida foi detalhada durante entrevista coletiva em Jerusalém.
Segundo Netanyahu, cerca de 75% do território de Gaza já está sob controle militar de Israel. O novo plano inclui a retirada de civis da Cidade de Gaza e de áreas centrais para “zonas seguras designadas”, onde, afirmou, seriam oferecidos “amplo alimento, água e cuidados médicos”.
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O anúncio veio acompanhado da ampliação da operação para além da Cidade de Gaza. Netanyahu declarou que a ofensiva abrangerá também os chamados “campos centrais” e a região de Muwasi, que abrigam mais de meio milhão de deslocados, segundo dados da ONU.
Netanyahu reiterou que a intenção do novo plano não é manter ocupação permanente na região. “Nosso objetivo não é ocupar Gaza, nosso objetivo é libertar Gaza, libertá-la dos terroristas do Hamas”, disse. Entre os pontos do plano está a criação de uma “administração civil pacífica não israelense”, que não seria controlada nem pelo Hamas nem pela Autoridade Palestina.
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Netanyahu contesta denúncias de fome em Gaza
Organismos da ONU alertaram para o agravamento da fome e da crise sanitária. “O sistema humanitário colapsou”, disse Tom Fletcher, chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Ramesh Rajasingham, do mesmo órgão, afirmou: “Isso não é mais uma crise iminente de fome; isso é fome”.
Netanyahu contestou as denúncias e acusou opositores de difundir uma “campanha global de mentiras”. “Não houve fome, houve escassez, e certamente não houve política de inanição”, afirmou. Ele também anunciou que pretende permitir a entrada de mais jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza, sob acompanhamento militar.


Durante o dia, o Conselho de Segurança da ONU realizou reunião de emergência sobre o tema. Representantes dos Estados Unidos defenderam Israel e afirmaram que o país “tem o direito de decidir o que é necessário para sua segurança” e que a guerra poderia terminar “se o Hamas libertasse os reféns e todo o povo de Gaza”.
Segundo comunicado oficial, Netanyahu discutiu o plano com o presidente dos EUA, Donald Trump, para quem agradeceu “o apoio firme a Israel desde o começo da guerra”. Na semana anterior, ao ser perguntado sobre uma possível ocupação total de Gaza, Trump havia afirmado que isso era “basicamente uma decisão de Israel”.
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