O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou, na manhã desta terça-feira (18/11), uma operação contra a estrutura financeira da facção Comando Vermelho (CV). Batizada de Cifra Vermelha, a ofensiva mirou um esquema de lavagem de dinheiro que se infiltrou em empresas de fachada e, até mesmo, nas contas bancárias de dois adolescentes, de 12 e 14 anos.
No centro do esquema, segundo o MPGO, estava um casal que liderava o núcleo financeiro da facção em Goiás. Os dois utilizavam da própria influência para abrir empresas “laranjas” e movimentar valores que chegavam a milhões de reais.
Para ampliar a ocultação do capital do CV, pai e mãe, de acordo com a investigação, usaram contas bancárias em nome dos filhos adolescentes para disfarçar as movimentações do dinheiro do tráfico.
A ação cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e sete ordens de prisão preventiva e temporária em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Palmeiras de Goiás. Foi determinado, ainda, o sequestro de R$ 28,1 milhões e de veículos pertencentes aos investigados, todos apontados como membros da facção. Um contador, responsável pela criação de empresas falsas, foi preso durante a operação.
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Gaeco/MPGO
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Empresas de fachada
As investigações começaram há cerca de um ano, após quebras de sigilo e análise de um grande volume de transações ligadas a membros do Comando Vermelho envolvidos no tráfico de drogas.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) identificou que o grupo criou empresas de fachada, exclusivamente, para receber, ocultar e redistribuir dinheiro vindo das atividades criminosas.
A apuração também revelou que centenas de pessoas ligadas à facção se utilizavam dessas empresas falsas para movimentar valores, ampliando a pulverização do dinheiro ilícito e dificultando o rastreamento.
Com a apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos durante o cumprimento da Operação Cifra Vermelha, o MPGO espera identificar outros possíveis núcleos financeiros do Comando Vermelho operando em Goiás.
[Metrópoles]
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