Um perito da Polícia Federal (PF) acompanhará integralmente a nova autópsia do corpo da brasileira Juliana Marins, marcada para esta quarta-feira (2/7), no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no centro do Rio de Janeiro. A medida foi definida em audiência realizada nesta terça-feira (1º/7), com participação da Advocacia-Geral da União (AGU), da Defensoria Pública da União (DPU) e do governo estadual do Rio.
O corpo de Juliana chegou ao Brasil no final da tarde desta terça, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e foi transportado para o Rio de Janeiro por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O traslado até o IML será feito pelo Corpo de Bombeiros do estado, sob escolta e monitoramento da PF.
Juliana morreu após cair durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, na última semana. A nova perícia no Brasil foi solicitada pela família, que busca esclarecer divergências no laudo feito por autoridades indonésias, sobretudo em relação ao momento da morte.
Conforme a AGU, o perito da PF prestará apoio técnico durante todo o procedimento, acompanhando diretamente os trabalhos da equipe do IML. A iniciativa visa garantir rigor científico e transparência na análise das causas da morte da jovem.
Cronologia do caso:
- Sábado (21/6): Juliana Marins fazia uma trilha no Monte Rinjani e caiu cerca de 200m em terreno íngreme do vulcão. Buscas começam, e a turista é filmada por drone sentada na encosta. Nas imagens ela ainda se mexe.
- Domingo (22/6): Resgate é suspenso por causa das condições climáticas na região, com muita neblina. Itamaraty informa que estava em contato direto com autoridades locais
- Segunda-feira (23/6): Drone operado por resgatistas chega até a jovem. Ela aparece imóvel a 400m do penhasco do vulcão.
- Terça-feira (24/6): Equipes de resgate encontram o corpo de Juliana a 600m de profundidade.
- Quarta-feira (25/6): O corpo da brasileira é retirado do Monte Rinjani, já sem vida. Juliana é içada com uso de cordas. O processo de evacuação por helicóptero não pôde ser realizado devido às condições climáticas.
Nova autópsia
Os detalhes da nova autópsia foram homologados em audiência entre os órgãos federais e estaduais, realizada de forma virtual.
A família Marins contestou a condução da primeira autópsia, feita na Indonésia, e denunciou a falta de acesso ao laudo antes da divulgação oficial à imprensa local.
Diante do novo exame, a expectativa é que a nova necropsia aponte com mais precisão a causa da morte e ajude a esclarecer se Juliana poderia ter sobrevivido por mais tempo após a queda, como sugerem imagens feitas por drones no local do acidente.
A família espera que os dados subsidiem eventual responsabilização por omissão ou falhas no resgate.
A Prefeitura de Niterói, cidade onde Juliana vivia, arcou com os custos do traslado internacional. A autópsia no Rio é vista pelos familiares como um passo importante para garantir justiça e respeito à memória da jovem.
[Metrópoles]
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