A Polícia Federal deflagrou nesta quinta (17) a quinta fase da Operação Overclean, que apura a suspeita de desvio de emendas parlamentares mediante o pagamento de propina, manipulação de licitações e obstrução da investigação.
De acordo com as primeiras informações, a operação mira o desvio de emendas destinadas ao município de Campo Formoso, na Bahia, que teria tido o auxílio de um servidor público. Ele foi afastado cautelarmente das funções.
Além do afastamento do servidor, a Polícia Federal cumpre 18 mandados de busca e apreensão na própria cidade em que teria ocorrido o desvio e também em Salvador, Senhor do Bonfim (BA), Mata de São João (BA), Petrolina (PE), e Brasília. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, “com o objetivo de interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação aos cofres públicos”.
A operação é realizada conjuntamente com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal. Os crimes apurados, segundo a autoridade, são de organização criminosa, embaraço à investigação, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos e lavagem de dinheiro.
A Gazeta do Povo procurou a prefeitura de Campo Formoso para se pronunciar sobre a operação da Polícia Federal e aguarda retorno.
A quarta fase da operação, deflagrada no final do mês passado, mirou políticos do PT, PSB e PDT também na Bahia envolvendo prefeitos e ex-prefeitos de três cidades e um assessor parlamentar do deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA). O próprio parlamentar foi alvo de um mandato de quebra de sigilo telefônico, segundo fontes.
“Félix Mendonça nega que ele ou qualquer assessor do seu gabinete tenham cometido irregularidade no envio de emendas parlamentares para municípios baianos, sejam os citados na operação ou qualquer outro. O deputado ressalta que as emendas para custeio ou investimentos nos municípios são solicitadas por prefeitos ou lideranças, sendo esperado que os recursos sejam aplicados de forma lícita, com a obtenção de ganho exclusivamente político”, disse o parlamentar em nota.
Já na semana passada, a operação Overhand mirou o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) por suspeita de integrar um esquema de desvio de emendas parlamentares para bandar a campanha eleitoral de candidatos aliados a ele em prefeituras do interior do Ceará no ano de 2024. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em cidades cearenses, além do bloqueio de R$ 54,6 milhões.
Mano negou participação no esquema e afirmou que “não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”.
[Gazeta do Povo]
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