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Por que crise no PT de Minas embaralha eleição para presidente nacional do partido

[Editada por: Marcelo Negreiros]

Uma crise no diretório de Minas Gerais que foi parar na Justiça pode atrasar o anúncio do novo presidente nacional do PT. O imbróglio gira em torno da deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG). Ela teve a candidatura a presidente do diretório mineiro barrada por não pagar uma dívida partidária dentro do prazo, mas conseguiu uma decisão judicial no sábado, 5, para ter seu nome nas urnas.

Após a decisão, contudo, o PT nacional optou pela suspensão da eleição em Minas Gerais e marcou uma reunião de emergência para terça-feira, 8, quando decidirá o que fazer – ainda não há uma nova data para o pleito.

Deputada Dandara Tonantzin (PT-MG) entrou na Justiça para disputar a eleição estadual do partido. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Presidente interino do PT, o senador Humberto Costa, disse ao Broadcast/Estadão que o nome do próximo presidente pode ser anunciado na segunda-feira, 7, conforme o previsto inicialmente.

“A depender da votação que exista, a gente já vai poder anunciar. Se o candidato que chegar em primeiro lugar independa dos votos de Minas para ser considerado como presidente, nós vamos anunciá-lo, embora não seja ainda o resultado oficial”, declarou ele. O favorito é o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), que tem apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além de Edinho, concorrem ao cargo o ex-presidente do PT e deputado federal, Rui Falcão; o secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira; e o diretor da Fundação Perseu Abramo Valter Pomar.

O próximo presidente do PT ficará no cargo até 2029. A eleição para a presidência do partido é importante porque o próximo mandatário será responsável, entre outros temas, por conduzir a campanha pela reeleição de Lula, além de ter papel fundamental na articulação dentro do Congresso.

O impasse em Minas Gerais expõe o racha do PT local nos últimos anos. De um lado, estão o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) e o presidente estadual Cristiano Silveira (PT), que apoiam a candidatura de Dandara.

Do outro, a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade, os deputados federais Rogério Correia (PT) e Patrus Ananias (PT) e a maioria da bancada petista na Assembleia Legislativa local, que defendem a eleição da deputada estadual Leninha (PT).

Dandara teria que ter quitado uma dívida de mais de R$ 130 mil com o PT até o dia 29 de maio. Ela afirma que tentou efetuar o pagamento, mas a operação foi estornada pelo banco, a obrigando a refazer a transação dias depois.

O grupo que apoia Dandara recorreu ao Diretório Nacional do PT, que decidiu anular a candidatura dela no início da semana. Como o órgão é a última instância partidária, a deputada entrou na Justiça em busca de reverter a decisão.

Assim que a decisão judicial determinou a participação de Dandara na eleição, o presidente do PT mineiro ordenou a confecção de novas cédulas com o nome da parlamentar.

Porém, no final da noite de sábado, a Comissão Executiva Nacional votou pela suspensão da eleição mineira sob o argumento de não haver condições logísticas para inserir em tempo hábil o nome de Dandara nas cédulas “já produzidas, impressas e distribuídas” aos mais de 700 municípios do Estado”.

O Diretório Nacional também demonstrou desconforto com o fato de um assunto interno da sigla ter sido levado à Justiça. A reunião na terça-feira discutirá “casos de judicialização por parte de filiados contra decisões internas do Partido”. No passado, já houve punições a filiados que judicializaram questões partidárias.

Dandara afirma que procurou esgotar “todas as discussões nas instâncias partidárias antes de recorrer à Justiça”.

“No entanto, devido à tentativa de indeferir a minha candidatura sob uma justificativa já comprovadamente infundada, não tivemos outra escolha. Não podemos tolerar a instrumentalização da burocracia para avançar em perseguições políticas”, escreveu ela nas redes sociais neste domingo.

Os apoiadores da deputada traçam paralelos entre a situação de Dandara e a condenação de Lula pela Operação Lava Jato, que o impediu de disputar a eleição presidencial de 2018.

Secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade defendeu em reportagem do Estadão a decisão de barrar Dandara. Ela afirmou que quase 440 candidaturas à presidência do partido em diferentes instâncias foram anuladas por pendências financeiras com a sigla.

“O partido tem regras claras. Todo filiado que ocupa cargo eletivo ou de confiança precisa estar em dia com suas contribuições”, disse Gleide. “Não é justo dizer que houve manobra política. É uma violência dizer que isso (a anulação da candidatura de Dandara) foi uma ação do meu grupo político”, continuou ela.

[Por: Estadão Conteúdo]

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