Pré-candidato do PCdoB critica postura de Veneziano e Ricardo

Foto: Paraibaonline

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Há poucos dias, o professor Rangel Júnior, ex-reitor da UEPB e pré-candidato a senador pelo PCdoB, concedeu uma entrevista ao programa Ideia Livre da Rede ITA (antiga TV Itararé).

O ´frisson´ político dos últimos dias impediu a repercussão da entrevista em APARTE, o que é feito a seguir nesta edição.

“Ser candidato ao Senado não foi um plano pessoal. Eu me programei para organizar a minha vida com a aposentadoria e uma série de atividades ligadas à cultura. Mas eu também sou um sujeito político, sempre fui.

“Boa parte dos candidatos que se apresentam para disputar o Senado são pessoas que mudaram de partido, de lado; mudaram de acordo com cada circunstância; em muitos casos mudaram devido ao que lhes favorecia pessoalmente.

“Eu não atrapalhava os planos de Ricardo Coutinho, a UEPB era quem atrapalhava. E para defender os interesses da UEPB, tive que entrar numa linha de conflito. Mas nada criado por mim.

“A decisão sobre pré-candidatura é livre. Eu e Ricardo Coutinho estamos no mesmo patamar. Ele tem um nome muito mais reconhecido do que o meu do ponto de vista estadual, sem dúvida alguma. Tem alguns valores agregados ao seu currículo.

“Mas eu trago outro padrão de valores que ele não tem. E a federação partidária (PT, PV e PCdoB) tem o condão de tomar a decisão. Não basta estar melhor colocado nas pesquisas. Há um conjunto de outras questões que devem ser levadas em consideração.

“Meu nome não foi posto na disputa para atrapalhar a vida de ninguém, mas para oferecer ao processo político em geral uma proposta de nome que não tem nenhum impedimento legal; que não tem nenhum tipo de nódoa, de qualquer natureza em currículo.

“A paixão na política é um veneno (…) Quem se apaixona por lideranças, mais dias, menos dias, vai se decepcionar. E muito!

“Veneziano justificou de uma forma extremamente tênue, e eu diria em muitos aspectos covarde, o voto pelo impeachment da ex-presidente Dilma (…) Ele cuspiu no prato que comeu.

“Para Lula ser presidente, não resolve apenas com o apoio do PT, PCdoB e PV.

“Ao longo dos três anos e quatro meses do governo João Azevedo não houve um fato desabonador sequer do trabalho que ele realiza.

“O que alguns queriam é que nós fossemos adesistas: estávamos com Ricardo (Coutinho), ele brigou com João e nós vamos acompanhar Ricardo. O PCdoB não é adesista! Não é um apêndice do pensamento deste ou daquele. O partido tem autonomia e linha de pensamento própria.

“A participação do partido no governo é muito pequena. Temos dois ou três pequenos cargos no governo, sem relevância política (…) A participação (no governo) é muito mais por conta de um conjunto de posicionamentos do governador.

“João Azevedo não arredou o pé daqueles compromissos que vinham do governo anterior.

“A própria ruptura de Ricardo com João para mim é uma incógnita. Eu não conheço uma fala, um depoimento do ex-governador dizendo as razões do rompimento.

“O povo paraibano não pode se guiar por este tipo de ´seguidismos´, que alguém toca um ´berrante´ e todo mundo vai atrás. Não é aboio.

“Veneziano esteve no governo até este ano, com a esposa sendo secretária de Estado. E qual foi a razão objetiva para o rompimento? (…) E agora alega que tem ideias melhores para a Paraíba.

“O maior desserviço que lideranças paraibanas prestam no momento é querer centralizar um palanque para Lula. Uma campanha que quer se ampliar não pode agregar algumas pessoas excluindo outras.

“A tentativa de trazer Veneziano para o palanque de Lula excluindo João Azevedo é um erro histórico; é uma burrice gigantesca, para não dizer outra palavra. Parece priorizar o que gira em torno do próprio umbigo em detrimento dos grandes problemas nacionais.

“Esta eleição deve ser nacionalizada em todos os aspectos, porque o que está em jogo é uma grande mudança no país.

“O meu apoio e o do PCdoB a João Azevedo são incondicionais. É uma decisão tomada por um órgão dirigente do partido. O partido tem uma unidade muito grande neste aspecto”.

*com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza

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