Os investimentos no Brasil anunciados por empresas dos Estados Unidos chegaram no ano passado ao maior nível em uma década. No total, foram anunciados US$ 7,3 bilhões em 126 projetos greenfield, ou seja, empreendimentos que partem do zero, não uma ampliação de operação já existente. Esse número de projetos supera em 50% o total de 2022, quando foram registrados 84 projetos, e é o maior em uma década, superando o pico anterior, apurado em 2014, de 112 projetos.
Conforme as entidades, os dois países vivem uma fase promissora nas relações econômicas, marcada por nova onda de investimentos americanos no Brasil.
O levantamento mostra um foco maior dos americanos em tecnologia e economia verde. Dos mais de US$ 7 bilhões anunciados, a maior parte (US$ 3 bilhões) é destinada a centros de processamento de dados (data centers). Destaque também para os investimentos em minerais da transição energética, como lítio e alumínio, onde os anúncios somam US$ 610 milhões, e energia eólica (US$ 230 milhões).
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TABA BENEDICTO / ESTADÃO
De 2013 e 2023, as empresas americanas anunciaram US$ 41,5 bilhões em investimentos no Brasil, gerando cerca de 92 mil empregos, com os maiores aportes nos setores de software e hospedagem web (24,8% do total), indústria de veículos (17%) e armazenagem e transporte (10,3%).
“Esses números refletem um aumento quantitativo e um novo momento dos investimentos no Brasil, com foco em tecnologia, minerais críticos e energia limpa”, disse o CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto.
Já os investimentos anunciados por empresas brasileiras nos Estados Unidos chegaram a US$ 581 milhões em 2023, montante bem menor do que o fluxo que chega das multinacionais americanas, mas ainda assim o segundo maior valor da série recente. O maior interesse das empresas brasileiras no mercado norte-americano está, principalmente, nos setores de alimentos, químicos e produtos de metais.
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