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Quando as Três Marias vão virar Duas Marias?

Em menos de 1 milhão de anos, provavelmente. Antes de entrar em detalhes, vamos dar nome aos bois: “Três Marias” é o termo popular usado para se referir ao Cinturão de Órion. Olhando para o Leste, a estrela mais próxima ao horizonte ali é chamada Alnitak. A do meio é Alnilam e a mais distante, Mintaka.

Todas são estrelas supergigantes. Isso significa que esses pontos luminosos são bastante massivos (têm entre 8 e 70 vezes a massa do Sol) – e quanto mais massiva é uma estrela, mais rápido ela evolui até sua morte. Ou seja, as supergigantes têm um ciclo de vida curto em relação a outros tipos de estrelas.

Para efeito de comparação: o Sol (uma estrela anã amarela) já tem 4,6 bilhões de anos – e só passará para sua próxima fase (gigante vermelha) daqui 5 bilhões. Uma vida relativamente longa para a realidade estelar.

Dentre as Três Marias, a primeira a dizer adeus será a irmã do meio, Alnilam, mesmo sendo a mais jovem delas: tem 5,5 milhões de anos. A expectativa de vida menor, então, está relacionada ao fato de ela ser a mais massiva das três, com 40 vezes a massa do Sol. A estimativa é de que vá virar uma supernova (fase pré-morte, em que passa por uma grande explosão luminosa) em menos de um milhão de anos.

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Logo depois será a vez de Alnitak, que também deve explodir em menos de um milhão de anos – não dá para cravar com mais exatidão do que isso. Na verdade, Alnitak é um sistema triplo de estrelas muito próximas, tanto que as percebemos como um único ponto no céu. A mais brilhante delas é uma supergigante de 6,4 milhões de anos. Apesar de ser mais velha que Alnilam, vai morrer mais tarde, pois tem “só” 33 vezes a massa do Sol.

Chegará a hora em que Mintaka será a estrela solitária. Ou quase isso. Assim como Alnitak, ela é um sistema estelar múltiplo composto por seis estrelas (que daqui também enxergamos como um ponto só). A mais brilhante delas tem 24 vezes a massa do Sol. Aí você já sabe: por ser menos massiva, evolui mais lentamente e será a última Maria a apagar no nosso céu. 

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Fonte: Roberto D. Dias da Costa, professor do Departamento de Astronomia da USP

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