O Papa Francisco completou recentemente 12 anos e 39 dias à frente da Igreja Católica. Embora possa parecer pouco, seu pontificado já supera a média histórica de 7 anos e 11 meses — duração semelhante ao período em que Bento XVI ocupou o cargo antes de renunciar.
Nas últimas décadas, quem desafiou esse padrão foi João Paulo II, que permaneceu no papado por impressionantes 26 anos e 168 dias. No ranking geral da história da Igreja, ele é considerado o segundo ou terceiro papa mais longevo, dependendo da fonte.
No entanto, quando se fala em longevidade papal, a tradição aponta para São Pedro, o primeiro pontífice, que teria liderado os cristãos por cerca de 37 anos — embora sem registros históricos precisos. Entre os papas com documentação confiável, o recordista é Pio IX, que governou de 1846 a 1878, totalizando 31 anos e 236 dias.
Pio IX deixou uma marca profunda na história da Igreja. Foi o primeiro papa a ser fotografado e conduziu o Concílio Vaticano I, que proclamou o dogma da infalibilidade papal. Inicialmente associado a ideias liberais, seu papado se tornou conservador, com forte oposição ao racionalismo e à maçonaria. Essa postura gerou conflitos até mesmo com o Império do Brasil, onde as proibições papais resultaram na prisão de bispos e tensões com Dom Pedro II.
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Se alguns papados foram longos, outros terminaram quase antes de começar. O mais breve da história foi o de Urbano VII, que governou por apenas 12 dias, entre 15 e 27 de setembro de 1590. Ele morreu de malária antes de ter tempo de deixar uma grande marca. Ainda assim, em seus poucos dias como pontífice, Urbano VII proibiu o uso de tabaco nas igrejas — ameaçando excomunhão —, apoiou os pobres ao subsidiar o preço do pão e tentou combater o nepotismo dentro da Cúria Romana.
Após sua morte, aos 69 anos, Urbano VII foi inicialmente sepultado no Vaticano e, mais tarde, transferido para a Basílica de Santa Maria sopra Minerva. Em um último gesto de caridade, suas propriedades foram destinadas como dote para meninas pobres.
Assim, a história dos papas mostra tanto lideranças que marcaram épocas quanto pontificados tão breves que quase se perderam no tempo — cada um, porém, deixando seu legado singular na história da Igreja.
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