Rejeição a Bolsonaro impulsiona Tarcísio em 2026

Campanha Pró-Tarcísio Ganha Vigor Diante da Rejeição ao Sobrenome Bolsonaro

O Palco Político para 2026 se Molda

A recente movimentação de Flávio Bolsonaro em se lançar pré-candidato à Presidência, em uma nota discreta, gerou um efeito inesperado e oposto ao pretendido pela família. Em vez de consolidar uma base, a ação acabou por **rachar a direita** e, simultaneamente, **desencadear uma campanha a favor de Tarcísio Gomes de Freitas**, governador de São Paulo. Setores políticos, econômicos e financeiros parecem enxergar em Tarcísio uma alternativa mais viável contra o lulismo, transformando o “não” a Flávio em um “sim” a Tarcísio.

A Reação da Direita e o Silêncio do Centrão

A forma como o lançamento de Flávio Bolsonaro ocorreu, com uma nota de poucas linhas em um final de tarde de sexta-feira, levantou dúvidas sobre a seriedade da candidatura, sendo interpretada por muitos como um movimento preventivo para conter a ascensão de Michelle Bolsonaro. A reação da direita, historicamente fragmentada, não foi diferente. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, embora conformado com a fala de Jair Bolsonaro, demonstrou pouca animação, indicando um tom de “tanto faz”. O Centrão, por sua vez, mantém sua tradicional postura de observação, aguardando o momento oportuno para se posicionar, sem demonstrar, neste momento, alinhamento com o bolsonarismo.

Lulismo Comemora e Mercado Aponta para Tarcísio

Para o lulismo, a candidatura de Flávio Bolsonaro é vista como **o adversário ideal**, capaz de dividir a direita e carregar consigo a **alta rejeição do pai**, além de seus próprios “esqueletos no armário”, como as denúncias de “rachadinhas”. Essa divisão e a rejeição associada ao sobrenome Bolsonaro, que segundo pesquisas, carrega uma rejeição maior que a de outros governadores de direita, impulsionaram a reação do mercado. A resposta foi clara: um **”Flávio Bolsonaro, não!”**, ou, de forma mais ampla, “nenhum Bolsonaro!”. Diante desse cenário, o nome de **Tarcísio de Freitas** emerge como a principal alternativa, visto como alguém capaz de **capturar os votos bolsonaristas e atrair o eleitorado do centro**, especialmente a centro-direita que foi crucial em 2022.

O Desafio de Tarcísio e a Estratégia de Lula

Apesar do apoio do mundo financeiro e econômico, da classe média conservadora e do universo anti-PT, Tarcísio enfrenta o dilema de trocar a reeleição ao governo de São Paulo pela incerta disputa presidencial. A falta de apoio decidido de Jair Bolsonaro à sua candidatura, e a presença de nomes como Guilherme Derrite, Renato Feder e Valéria Bolsonaro em sua equipe, levantam questionamentos sobre sua capacidade de atrair definitivamente o eleitorado de centro e o voto “órfão tucano”. Enquanto isso, Lula adota uma postura de **”jogar parado”**, permitindo que os movimentos venham do lado oposto, o que, embora o preserve, permite que a direita continue a ditar o ritmo do debate e a gerar mobilização.